Relatório de Atividades 2004

15 ESTUDOS E ACOMPANHAMENTO CONJUNTURAL

Em abril/04, a FAEP desenvolveu um estudo visando a quantificação das perdas para os produtores paranaenses, haja vista o recorde histórico de prêmio negativo para a soja no Porto de Paranaguá. Aos preços de prêmios negativos da época, os produtores rurais do Paraná poderiam perder na atual safra de soja R$ 1,6 bilhão, isto porque persistem problemas sérios na logística do Paraná, principalmente no Porto de Paranaguá.

Uma vez que os preços internos da soja são diretamente influenciados pelas cotações internacionais e condições logísticas e de infra-estrutura de quem exporta. O prêmio negativo de exportação para soja, que bateu recorde, alcançando menos US$ 245/cents/bushel (correspondente a US$ 5,40/saca), o resultado demonstrou que o país maior exportador mundial de soja não sabe ainda equacionar os problemas de logística ao longo da cadeia produtiva, e assim está transferindo riqueza para os países desenvolvidos.

Ainda com relação ao prêmio de exportação de soja foi efetuado estudo quantificando as perdas nas exportações via Porto de Paranaguá, os produtores de soja do Paraná perderam US$ 94 milhões (R$ 279 milhões), somente nos embarques pelo Porto de Paranaguá, nos três primeiros meses do ano por causa dos problemas dos embarques portuários, aumento dos fretes marítimos e restrições aos transgênicos, neutralizando as vantagens na agricultura. O Porto de Paranaguá, principal porto brasileiro de escoamento da soja, perdeu cargas para os portos de Santos (SP), Vitória (ES), São Francisco (SC) e Rio Grande (RS)

Por outro lado, é importante observar que a redução de 45% no volume exportado, via Porto de Paranaguá, se deu em períodos de preços internacionais excepcionalmente melhores em relação aos anos anteriores, alcançando em Chicago a maior cotação dos últimos dezesseis anos.

Os exportadores têm procurado outros portos para canalizar a produção, em função da dinâmica das exportações e o Porto de Paranaguá está perdendo posição relativa em relação aos demais portos brasileiros, devido à existência de problemas estruturais e conjunturais.

Foi elaborado estudo referente ao Comportamento dos Preços Recebidos – 2003", constatando-se que a variação acumulada do IPR (Índice de Preços Recebidos) foi positiva em 1,81%, em comparação com a variação positiva de 8,71% do IGP-M e de 8,17% do IPC-(Fipe). Isto indica perda de poder de troca no período para os agricultores em 6,90 pontos percentuais em relação ao IGP-M e de 6,36 pontos percentuais frente ao IPC-Fipe".

Assim, os preços agrícolas, em 2003, tiveram lenta recuperação em relação aos indicadores de inflação, em função do elevado crescimento da oferta de grãos e carnes, da valorização do real que afetou os preços dos produtos exportáveis e das elevadas taxas de desemprego que reduziram a demanda interna por alimentos.

Quando os preços agrícolas aumentam menos que os preços industriais, estamos diante de um processo de transferência de renda setorial em favor da indústria, em detrimento da agricultura.

As riquezas geradas pelo agronegócio alimentam a economia como um todo e propiciam condições para melhoria de qualidade de vida, principalmente das pequenas e médias cidades paranaenses. Se a agropecuária se desenvolve bem a economia dessas cidades também apresenta bom desempenho.

O acompanhamento conjuntural tem por objetivo colocar à disposição do produtor rural instrumentos de acompanhamento das tendências do cenário econômico internacional, nacional e estadual, facilitando o posicionamento no mercado e o processo de tomada de decisão.

As análises dos relatórios mensais do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos - USDA são publicadas, via Internet, em tempo real, referente ao balanço da oferta e demanda das principais commodities.

Os trabalhos realizados são publicados, via Boletim Informativo, e diariamente, via Internet, as cotações internacionais e das principais praças brasileiras para a soja, milho, trigo, café, boi gordo.

O Banco de Dados efetua o monitoramento do macro indicador de produção, demanda, exportação, importação dos principais produtos agrícolas, produtividade, efetuando o mapeamento das informações, armazenadas de forma a garantir séries históricas, confiabilidade e acompanhamento em tempo real.

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