Relatório de Atividades 2004

7 PECUÁRIA

As ações desenvolvidas pelo sistema FAEP/SENAR no setor pecuário paranaense a partir da campanha de vacinação da febre aftosa, a obtenção na OIE – Organização Internacional de Epizootias em maio de 2000, de área livre de febre aftosa, a criação do CONESA, dos Conselhos Municipais de Defesa Sanitária, a organização de um sistema de rastreabilidade do rebanho paranaense e do FUNDEPEC aos quais somam-se as vantagens competitivas (genética de qualidade, condições de clima e solo e localização estratégica entre outros) conferem ao Estado do Paraná um potencial de crescimento e maior aceitação nos mercados consumidores e a conquista de novos mercados como a Austrália, Argentina e Canadá. As exportações paranaenses de carne bovina experimentaram um crescimento significativo a partir de 2000, passando de 10 mil toneladas para 36 mil toneladas e as receitas geradas saíram de US$ 30 milhões para US$ 90 milhões.

Em 2003, a partir da parceria entre FAEP, Ocepar, Sebrae, Senar, Sescoop, Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Estado do Paraná – Fundepec e setor público representado pela Secretaria da Agricultura e pela Emater-Paraná, com a assinatura do Termo de Cooperação foi implantado o "Programa de Produção de Carne e Leite do Paraná" com ênfase na alimentação a pasto. Os temas abrangidos pelo Programa são: Qualidade da Carne, Rastreabilidade e Certificação, Pesquisa, Crédito, Organização dos Produtores, Comercialização, Tributação, Capacitação, Marketing e Inspeção.

A melhoria da competitividade do produto paranaense é o principal objetivo do Programa e sua essência, consiste em estabelecer a integração entre os diversos parceiros que atuam nos sistemas agroindustriais da carne e do leite, buscando um foco comum e tendo na utilização das pastagens a principal prioridade. Os temas definidos no início do Programa atuam como balizadores e várias ações estão em andamento visando o objetivo principal.

Em 2004, a ênfase foi a capacitação de técnicos e o envolvimento de produtores em eventos regionais, onde se discutiu a modernização das cadeias carne e leite, a gestão da propriedade, a necessidade de organização e a preocupação com a qualidade do produto.

Os Sindicatos Rurais e grupos de técnicos participantes do processo Treino & Visita que atuam em carne e leite, realizaram eventos tendo como balizadores os objetivos do Programa, sob a orientação da Federação. O caráter dos encontros e dias de campo efetuados teve como marco a motivação, haja vista o grande número de participantes, a partir daí, outras ações de Assistência Técnica ou capacitação foram desencadeadas pelos técnicos participantes do processo.

Os eventos efetuados ao longo do ano abrangeram: Modernização da Pecuária Regional e Integração Lavoura Pecuária (Santo Antonio da Platina); Constituição do Núcleo de Caprinocultores do Sudoeste (Francisco Beltrão); Encontro de Produtores de Bovinos (Cidade Gaúcha); Integração Lavoura/Pecuária de Leite, Solos e Pastagens (Lapa); Tarde de Campo em Pecuária de Corte (Ortigueira); Rastreabilidade e Custos de Produção (Congoinhas); Avaliação Econômica da Produção de Leite à Pasto (Astorga) e Modernização das Cadeias Produtivas e Organização dos Produtores (Guarapuava), totalizando 1.034 participantes.

Estão sendo realizados encontros quadrimestrais, com técnicos da Extensão Rural Oficial, de Cooperativas, de Sindicatos, do SENAR e da iniciativa privada, totalizando 111 pessoas cadastradas.

No transcorrer de 2004 foram realizados três encontros em cada região do Estado, com exceção da região Noroeste onde foram feitos somente dois. Os encontros foram efetuados em Guarapuava, Umuarama, Campo Mourão, Ibiporã, Assis Chateaubriand e Castro. Cada evento teve uma média de 28 participantes.

Com o objetivo de conceder melhor qualidade aos cortes, uma vez que os produtores já buscam a melhoria da qualidade na produção, o grupo BONO – aliança mercadológica de União da Vitória solicitou ao SENAR um curso sobre cortes de carne bovina para açougueiros em União da Vitória. O curso contou com 17 participantes entre técnicos e açougueiros das redes de supermercados locais e foi proferido pelo Professor Antonio Juglair Pereira, instrutor do SENAR-PR. A aliança mercadológica de União da Vitória é a quarta em funcionamento no Estado; as outras são Guarapuava, Paranavaí e Maringá.

7.1 Reunião com Coimex – Trading Exportadora

O principal objetivo foi mostrar como funciona a exportação de carne bovina através de uma trading exportadora. Jeremiah O‘Calaghan, diretor da Coimex Trading Exportadora, com sede em São Paulo, proferiu palestra enfocando a sistemática de exportação bem como as dificuldades existentes para iniciar um trabalho desta natureza, haja vista os aportes de capital em investimentos e a necessidade de oferta regular de matéria prima de qualidade, o que pressupõe organização. Em torno de 60% do boi não é exportado e sim vendido no mercado interno. Além disto, deve haver constância de entrega o que é um dos maiores desafios.

7.2 Reunião com BM&F - São Paulo: Mercado Futuro do Boi Gordo

Foram realizadas em Curitiba, na reunião da Comissão Técnica de Bovinocultora de Corte, e em Londrina, por técnicos da Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo, apresentações da sistemática de mercado futuro no caso da carne bovina, quais as vantagens e como é a operacionalização.

7.3 Consultoria em qualidade da carne

Com o objetivo de subsidiar o grupo temático que discute a qualidade, foi contratado um especialista francês, Jean Yves Rozé, em qualidade da carne.

Após visitar produtores, frigoríficos e supermercados, Rozé teceu algumas recomendações sobre a questão qualidade da carne paranaense, merecendo destaque: os parâmetros para definição de qualidade da carne bovina, como está a qualidade da carne paranaense e o que é preciso fazer para melhorar. Estas observações serão objeto de discussão pelo Grupo da Qualidade da Carne.

Está em fase de implantação pesquisa em forrageiras no Norte Pioneiro, região que tem carência de informações nesta área, envolvendo uma parceria entre a FAEP, FFALM, Sindicatos Rurais do Norte Pioneiro, UFPR, UEL.

Com a finalidade de acompanhar através de análise foliares o desenvolvimento das principais espécies de pastagens da região norte, em propriedades do Projeto Vitória (Leite) acompanhadas pelos técnicos da EMATER, foi celebrada parceira entre a UFPR, EMATER, UEM, UEL, Sindicatos Rurais do Norte e Noroeste.

Paralelamente, foi articulado com a EMATER, um levantamento das associações de produtores de leite existentes no Paraná, com objetivo de identificar as associações de produtores de leite do Paraná para aperfeiçoar o repasse de informações e também para fortalecimento da classe através de ação conjunta Associações e Sindicatos Rurais. Parceria EMATER/ SENAR/ FAEP, Sindicatos Rurais e Associações de Produtores de leite.

Atendendo à demanda da Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite, foi estabelecido com a EMATER, iniciativa privada e Cooperativas, uma parceria para aperfeiçoar e homogeneizar a sistemática de assistência técnica em leite. O foco central reside em nivelar o entendimento e uniformizar os procedimentos de assistência técnica quanto aos princípios básicos, porquanto existem divergências entre orientações técnicas para os mesmos problemas. Parcerias – FAEP/CTBL, SENAR, EMATER, SEAB, OCEPAR, Cooperativas, Sindicatos Rurais, Iniciativa Privada.

Ainda com relação ao setor de lácteos, foi acordado com a Emater o aperfeiçoamento da divulgação do preço CONSELEITE junto às associações de produtores de leite, tendo como objetivo disseminar a informação gerada no CONSELEITE no tocante ao preço referencia visando melhorar o preço recebido pelos produtores em todo o Estado, usando as estruturas existentes nos Sindicatos Rurais, EMATER e agências do Banco do Brasil. Parceiros: EMATER, SEAB, FAEP, SENAR, FETAEP, Sindicatos rurais, Sindicatos dos trabalhadores, Banco do Brasil.

Constituição da Comissão Técnica de Caprino e Ovinocultura da FAEP tendo em vista o crescimento em importância destas duas cadeias para a economia paranaense. Parceiros: FAEP, SENAR, CAPRIPAR, OVINOPAR, SEAB, EMATER, Sindicatos Rurais.

Em parceria entre Sistema FAEP/SENAR, EMBRAPA e outros a definir, elaboração de metodologia para a montagem de curso técnico sobre pastagens adequado para o Estado do Paraná, levando em consideração todos os aspectos inerentes à atividade e as peculiaridades de cada região.

Também foi prestada assessoria para atualização de técnicos da assistência técnica pública e privada em Caprino e Ovinocultura a ser ministrado em 2005, visando unificar o discurso entre Qualificação (SENAR) e a Assistência Técnica (EMATER, Prefeituras, iniciativa privada, técnicos dos sindicatos rurais e outros), objetivando maior unidade entre os diversos parceiros (FAEP/SENAR, SEAB, EMATER, CAPRIPAR, OVINOPAR, Universidades, Sindicatos Rurais, Prefeituras Municipais).

Com o objetivo de manter os técnicos do Treino & Visita atualizados, foi implantado o site Treino & Visita no FUNDEPEC. Este site está localizado na página do FUNDEPEC-PR e pode ser acessado por todos os participantes. Pretende-se abrir para consulta para todos os interessados. Entre as informações, tem-se: Palestras técnicas, teses e monografias relacionadas a forragicultura, eventos ligados à pecuária e outros.

Consoante demanda dos componentes da Comissão Técnica de bovinocultura de corte, estão sendo articuladas com o SENAR e a EMATER, gestões para definição de uma sistemática de implantação e acompanhamento de modelos de custos de produção e de gestão de propriedades.

As ações para 2005 apontam para a continuidade de temas como: comercialização, apoio a iniciativas (alianças e grupos), questão de tributos, rastreabilidade (envolvendo a continuidade e adequação do processo), classificação de carcaças (massificação e implantação de novo modelo); organização da produção de leite e pesquisas em forrageiras.

7.4 Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite

A Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite desenvolveu seus trabalhos em 2004 em consonância com a pauta estabelecida para o Conseleite.

Pagamento diferenciado da matéria prima por qualidade, fomento à organização dos produtores e implementação de um plano para formação de um fundo de marketing foram aspectos amplamente debatidos durante o ano.

O consumo brasileiro per capita de leite há muitos anos deixou de crescer, o leite vem perdendo espaço para outros produtos como refrigerantes e sucos.

É consenso entre os membros do Consleite que é necessário investir em marketing para aumentar o consumo e as discussões ocorridas nas 12 reuniões mensais culminaram com a apresentação de uma proposta da FAEP para constituição de um fundo para marketing.

A proposta, aprovada inicialmente na Comissão Técnica e posteriormente submetida às indústrias membros do Conseleite, encontra-se em fase de estudo e, sendo aprovada, colocará o Paraná mais uma vez à frente dos demais estados da União, porquanto há muito se fala na necessidade de marketing para aumentar o consumo do leite, mas até hoje nenhum projeto concreto foi apresentado.

Considerando a necessidade de não onerar em demasia os produtores de leite e ao mesmo tempo obter um fundo suficiente para viabilizar as ações iniciais de marketing, foi sugerido que seja descontado dos produtores o valor de R$ 0,01 a cada 10 litros de leite entregue, com igual contrapartida das indústrias, ou seja, a cada 10 litros adquiridos a indústria também pagaria R$ 0,01 para o fundo.

Por esse sistema e levando-se em conta o volume de leite adquirido pelos laticínios paranaenses em 2003 segundo o IBGE, em um ano o Paraná poderia contar com um fundo de R$ 1.639.972,00 a ser aplicado conforme deliberações do Conseleite.

Se a proposta for aprovada haverá ampla divulgação e discussão nas regiões, junto a produtores e indústrias.

O empenho dos membros da Comissão Técnica e dos componentes vinculados ao Sindileite, sob a assessoria da Universidade Federal do Paraná, conduziu o Conseleite a completar, em dezembro de 2004, 23 meses de funcionamento com resultado altamente positivo recompensando a persistência, a capacidade inovadora e a coragem de quebrar paradigmas de produtores e industriais que, desconfortáveis diante do cenário de falta de transparência e confiança em que tradicionalmente os negócios se desenvolviam, encontraram uma maneira de virar o jogo, instituindo o Conseleite.

Por força de contrato firmado entre FAEP/Sindileite/Fundação Universidade Federal do Paraná, os dados de comercialização (volume e preços) que mensalmente as 14 indústrias participantes do Conselho remetem à UFPR são trabalhados estatisticamente e resultam na divulgação dos preços praticados por aquelas empresas para uma lista de 14 produtos: leites UHT, pasteurizado, cru e em pó, queijos prato, mussarela, provolone e parmesão, iogurte, bebida láctea, manteiga, requeijão, doce de leite, creme de leite.

O princípio da transparência que permitiu a ampla divulgação desses preços no atacado vem sendo considerado o fato mais inovador desde a desregulamentação do setor na década de 90, representando o amadurecimento do setor e sedimentando a credibilidade nas normas que regem o Conselho.

Para mensurar essa credibilidade citamos a confiança da Secretaria da Fazenda do Estado do Paraná que determinou que o pagamento aos fornecedores do Programa "Leite das Crianças" que distribui cerca de 200.000 litros de leite pasteurizado/ dia, fosse conforme o preço médio de comercialização do leite pasteurizado divulgado mensalmente pelo Conseleite, dispensando processo de licitações.

Esta decisão favoreceu imensamente os pequenos laticínios regionais e locais, que são a maioria dos fornecedores, pois o processo licitatório lhes minaria o poder de barganha com as grandes empresas em função de escala e preços.

Como resultado do trabalho constante desenvolvido pela Comissão Técnica, o ano de 2004 foi marcado pela formação de inúmeras associações de pequenos produtores de leite vinculadas aos Sindicatos Rurais e com total apoio do sistema FAEP para atendê-las em suas necessidades de palestras, cursos, treinamentos.

A evolução do Conseleite vem confirmando que os pequenos produtores foram significativamente beneficiados com a vigência do Conselho, pois os preços do leite entregue por eles que historicamente estavam situados em faixas muito abaixo da média verificada no Paraná, tenderam rapidamente a aproximar-se da faixa do menor valor de referência que continua sendo o balizador de preços nessa categoria, com inegável ganho.

Pequenos produtores que recebiam em torno de R$ 0,19/litro tiveram seus preços elevados para R$ 0,36 / litro num primeiro momento.

Esse fato se reveste de grande importância quando se lembra a representatividade dos pequenos produtores na atividade leiteira do Estado.

Porém isso ainda é pouco, e com o incentivo da Comissão Técnica, a união de pequenos produtores para comercialização conjunta vem produzindo excelentes resultados, pois grupos desses produtores organizados vêm conseguindo preços semelhantes aos grandes produtores que tradicionalmente conseguem vender melhor suas produções.

Esses produtores mais tecnificados, com maiores volumes e melhor qualidade e que usavam esse diferencial para negociar os citados preços diferenciados com as indústrias, sentiram num primeiro momento um arrefecimento em suas margens, pois seus preços, muitas vezes acima do Maior Valor de Referência do Conseleite, tenderam a acompanhar as variações daquele parâmetro.

Porém, com o maior conhecimento do Conseleite tanto pelos produtores como pelas indústrias, a qualidade e volume estão sendo valorizados, aumentando as informações do estabelecimento de acordos de preços com base no maior valor de referência acrescido de um diferencial que tem chegado até 9%. Devem ser consideradas também outras vantagens trazidas pelo Conseleite como a transparência do mercado e a possibilidade de planejar a produção viabilizada pelo conhecimento antecipado da tendência de preços, mas o grande destaque do ano de 2004 foi o início do estabelecimento de contratos de compra e venda de leite, uma antiga reivindicação do setor que se concretiza porque agora produtores e indústrias encontraram na divulgação dos preços referência do Conseleite o parâmetro que sempre lhes faltou para a fixação de preços.

Os contratos vêm despertando interesse de produtores e indústrias que estão reconhecendo a importância do planejamento nos dois setores, evitando grandes oscilações de volumes e de preços. Também para que o país se firme como exportador de lácteos explorando o grande potencial de crescimento da produção, o estabelecimento de contratos é essencial e o Conseleite se apresenta como uma ferramenta nova e eficaz para o acordo do preço a ser contratado.

O atrelamento dos preços referência ao desempenho comercial dos derivados lácteos faz com que saia de cena o perde – ganha (para a indústria ganhar o produtor tinha que perder e vice versa) para dar lugar ao ganha-ganha, pois com a metodologia Conseleite os preços conseguidos pelas indústrias e os preços recebidos pelos produtores variam na mesma direção, os dois setores ganham juntos ou perdem juntos.

7.5 Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte

Pautando suas ações para buscar a melhoria das relações entre os setores produtivo e industrial, o presidente da Comissão Técnica fomentou discussões nas reuniões que procuraram identificar caminhos para o entendimento daquilo que o mercado deseja comprar, como o produtor deverá agir para atender essa expectativa e como estabelecer relações comercias equilibradas focadas na divisão equânime dos lucros. Assim a FAEP propiciou a presença de técnicos de várias instituições que vieram contribuir para a formação do entendimento sobre em que ponto a pecuária de corte paranaense está hoje, onde queremos chegar e quais ferramentas utilizar, além de conhecer os mecanismos de exportação e analisar a possibilidade do Paraná entrar nesse mercado.

O encontro com o sr. Jeremyah O’Calaghan técnico de origem irlandesa, pertencente a Coimex, uma grande empresa exportadora de grãos e carnes, mostrou aos nossos pecuaristas que a Europa apresenta um déficit de 500 mil toneladas de carne por ano, um mercado de alto poder aquisitivo que deseja qualidade, não se importando em pagar a mais por isso.

Na visão do técnico o Brasil e o Paraná têm condições de entrar nesse mercado, porém a organização dos produtores é primordial para atender a esses consumidores, que, uma vez conquistados exigirão constância tanto em quantidade quanto em qualidade. Isso exigirá união de produtores e planejamento para o abate de animais em condições padrão em todas as épocas do ano.

Outro ponto onde a organização dos produtores é fundamental diz respeito à necessidade de exercer pressão junto aos órgãos competentes para modificações na cota Hilton.

Ainda com o intuito de aproximar o pecuarista paranaense das exigências dos mercados importadores, a FAEP trouxe ao Paraná o consultor francês Jean Yves Rozé que percorreu o Estado durante uma semana identificando pontos fortes e fracos dos frigoríficos e do sistema de produção. As conclusões do consultor foram apresentadas em reunião que contou com a presença de membros da Comissão Técnica e outras instituições envolvidas com o setor.

Para mostrar opções de comercialização aos pecuaristas, técnicos da Bolsa de Mercadorias e Futuros de São Paulo – BM&F, participaram de reunião da Comissão mostrando as vantagens das operações em Bolsa que garantem aos interessados, tanto produtores quanto frigoríficos, a compra ou venda da produção a preços por eles estabelecidos e que sejam compatíveis com seus orçamentos ou custos de produção.

Por solicitação da Comissão Técnica, a FAEP formalizou convite a um técnico especializado na área de previdência social da Superintendência do INSS de Londrina que veio participar de reunião proferindo palestra aos a respeito da responsabilidade dos produtores na arrecadação do percentual da comercialização devido ao INSS.

A questão rastreabilidade dos bovinos foi amplamente discutida em várias reuniões, técnicos da Secretaria da Agricultura vinculados a Cert-SEAB estiveram presentes debatendo questões como a situação do Paraná, dificuldades e avanços, necessidade de parceria com a iniciativa privada para melhor desempenho do programa.

Teve início em 2004 e será assunto relevante para 2005, o estudo para divulgação de um sistema de cálculo de custos de produção que seja de fácil acompanhamento pelos produtores.

Tanto EMATER quanto SENAR possuem trabalhos nesse sentido e estão sendo apresentados aos produtores, buscando aprofundar conhecimentos sobre os sistemas para posteriormente implementá-los nas propriedades.

7.6 Conselho Nacional de Pecuária de Corte

A FAEP está representada no Conselho Nacional e Pecuária de Corte e participou de todas as reuniões ocorridas neste ano. É conselheira da entidade e membro do Conselho Fiscal. Foram analisados todos os fatos relacionados com a erradicação da Febre Aftosa no Brasil e no Continente Sul Americano, a formação de fundos para apoiar a erradicação e indenização, parcerias com o Governo Federal, plano de ação do controle e erradicação nos Circuitos Pecuários Norte e Nordeste, ações de cooperação entre Brasil, Paraguai e Bolívia.

Presença nas reuniões do Fórum Nacional de Pecuária de Corte da CNA. Como resultado houveram participações do Fórum junto as Federações de Agricultura dos Estados do Norte e Nordeste, visando a mobilização dos produtores e das autoridades para aumentar o percentual de vacinação contra a febre aftosa, reestruturar os serviços veterinários da região, aperfeiçoar o controle de trânsito dos animais, implantar cadastro de propriedades e erradicar até 2009.

Discussões e propostas para o MAPA objetivando modificações e aperfeiçoamento do SISBOV que resultou na adesão voluntária ao SISBOV, com exceção dos bovinos destinados a exportação para a União Européia.

Acompanhamento dos preços praticados pelas indústrias em relação aos pecuaristas, procurando analisar as oscilações. Preocupações com a concentração de matadouros frigoríficos nas mãos de 04 grupos de indústrias exportadoras.

7.7 Comissão da Suinocultura

A FAEP através a sua Comissão Técnica de Suinocultura, acompanhou toda a atividade do setor em articulação com a Associação Paranaense de Suinocultura.

A atenção maior neste ano foi em relação a preservação do meio ambiente, destino e tratamento dos dejetos. Prevê-se para 2005, seminários regionais visando interpretar a legislação ambiental e orientar o suinocultor. Outro debate importante foi a tentativa de estabelecer relações transparentes e concretas com a indústria frigorífica sobre o "Preço Referência".

O suinocultor necessita conhecer os mecanismos e componentes da formação desse preço pago para melhor direcionar a sua produção. O avanço foi inexpressivo, apesar de reuniões com o SINDICARNE e contatos com diversas indústrias. A CTS defendeu junto a APS e o COESUI, a necessidade do cadastramento de todas as criações de suídeos existentes no Paraná, para então adotar uma metodologia de erradicação das doenças e executar uma vigilância sanitária eficiente.

A FAEP participa da Comissão de Avaliação com o objetivo de indenizar proprietários de suídeos sacrificados e afetados pela Doença de Aujeszky. Em 2004, foram sacrificados 194 cabeças e indenizados em R$ 23.748,78 pelo FUNDEPEC-PR.

7.8 Fundepec - PR

O Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Paraná – FUNDEPEC – PR, criado em 14 de novembro de 1995, reúne instituições representativas de produtores rurais e da indústria com o objetivo maior de promover o desenvolvimento e o aperfeiçoamento da pecuária, da produção vegetal e a viabilização de ações de defesa sanitária do Paraná.

Fazem parte do FUNDEPEC – PR:

  • FAEP – Federação da Agricultura do Estado do Paraná

  • SINDICARNE – Sindicato da Indústria da Carne e Produtos Derivados do Paraná

  • ABUPAR – Associação Paranaense de Criadores de Búfalos

  • APAVI – Associação Paranaense de Avicultura

  • APS – Associação Paranaense de Suinocultores

  • Ocepar – Organização e Sindicato das Cooperativas do Paraná

  • FEPAC – Federação Paranaense de Criadores

  • SINDILEITE – Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Paraná

  • APCBRH – Associação Paranaense dos Criadores de Bovinos da Raça Holandesa

  • AVIPAR – Associação dos Abatedouros e Produtores Avícolas do Paraná

  • SPGCGLP – Sindicato dos Produtores de Gado de Corte e Gado de Leite do Paraná

Desde a sua criação, o FUNDEPEC – PR vem atuando na incorporação da iniciativa privada às ações de defesa agropecuária e na ajuda ao Estado para modernizar o seu sistema de defesa sanitária. A ação do FUNDEPEC – PR foi crucial para a criação do CONESA, do reforço ao sistema de defesa do Estado, incluindo a contratação de novos técnicos e seu treinamento, na reciclagem dos técnicos mais antigos, na realização de uma série de seminários de conscientização e mobilização e no processo de obtenção do reconhecimento do Paraná como área livre de febre aftosa.

O FUNDEPEC-PR, exercendo suas funções, iniciou o ano de 2004 com um alerta/apoio ao Governo do Estado sobre a necessidade da contratação de técnicos (veterinários, agrônomos e técnicos agrícolas) para fortalecer o setor de defesa agropecuária. Tal ação culminou com a contratação de cerca de cem técnicos no mês de outubro/2004. Atento às questões econômicas do setor pecuário, o FUNDEPEC-PR desenvolveu um trabalho de Análise de Risco Econômico Sanitário, demonstrando em números o valor das perdas no Estado e no País no caso de uma ocorrência sanitária. Tal estudo foi encaminhado em expediente ao Governo do Estado do Paraná e à Presidência da República.

De modo a que o Programa Estadual de Rastreabilidade pudesse ser definitivamente implantado no Paraná, o FUNDEPEC-PR com suas entidades componentes, supriram as necessidades físicas e humanas necessárias à estruturação do setor de defesa da Secretaria de Estado da Agricultura – SEAB.

No setor da suinocultura, o FUNDEPEC-PR cumprindo sua função – procedeu ações indenizatórias derivadas da Doença de Aujezky. Tal ocorrência desencadeou um movimento mais forte do setor – em conjunto com o FUNDEPEC-PR no sentido de ampliar o seu Fundo de Segurança.

Em setembro, quando da participação no Congresso Mundial de Rastreabilidade em São Paulo, foi possível constatar a justeza e acerto de todas as medidas que a entidade vem desenvolvendo na busca de ações conjuntas entre os setores público e privado, as quais entende como o melhor caminho a seguir na geração de desenvolvimento.

Finalmente, o FUNDEPEC-PR está encerrando o ano de 2004 com um saldo superior a 15,5 milhões de reais em seu balanço, isto é o resultado da aplicação dos recursos gerados pelo recolhimento de taxas sanitárias e repassados pela SEAB, conforme prevê o convênio celebrado entre o FUNDEPEC – PR e a SEAB, estabelecido pela Resolução Estadual 097/02, renovando por mais 5 anos em dezembro.


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FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná
Relatório de Atividades 2004