"É de conhecimento de toda a sociedade a tensão que atinge o segmento agropecuário no Estado do Paraná e no Brasil. A cada dia cresce o número de invasões de terras promovidas pelo MST, consolidando-se a ameaça contra direitos conquistados ao longo de décadas, bem como o desenvolvimento econômico e social de nosso País. Atrás de bandeiras, foices, facões e, sobretudo, má fé, os integrantes do MST têm acuado até mesmo nossos governantes que, ao invés de coibir atos criminosos, se mantêm coniventes, quando não incentivam práticas que eles deveriam, por obrigação, reprovar.
"Em apenas alguns meses, assistimos ao Governo do Estado do Paraná e Governo Federal desrespeitarem inúmeras vezes a legislação que norteia a conduta social de qualquer instituição brasileira, seja ela pública ou privada, e do cidadão comum. Também acompanhamos, boquiabertos e revoltados, declarações de membros do Poder Executivo Federal e Estadual defendendo ações criminosas e fomentadas por interesses políticos ilegítimos e organizações internacionais interessadas em desestruturar a sociedade brasileira, interferir na autonomia nacional e explorar as riquezas de nosso País.
"Não bastasse esse quadro alarmante, os representantes do Poder Executivo Estadual e Federal também insultam e ameaçam a harmonia construída no decorrer da história junto ao Poder Legislativo e Judiciário. No segundo caso, a situação se mostra ainda mais grave. Mandados de reintegração de posse emitidos pela Justiça não são cumpridos sob a justificativa de evitar conflitos entre produtores rurais e membros do MST. Ora, o setor agropecuário deste País não pode arcar sozinho com as mazelas sociais acumuladas e agravadas por sucessivos governos. Nos últimos anos, esse segmento tem sido o sustentáculo da economia brasileira, garantindo o superávit de nossa balança comercial, bem como a movimentação de todos os segmentos da economia.
"É inadmissível que, agora, nos seja imposta a condição de únicas vítimas de políticas públicas mal elaboradas e executadas, de governantes irresponsáveis e pessoas violentas e mal intencionadas. Os produtores rurais dos Campos Gerais e outras regiões Paraná e Brasil repudiam este estado de descontrole, injustiça, ameaça e impunidade que ronda o direito de trabalharmos em paz, com honestidade, criar nossas famílias com tranqüilidade e, sobretudo, acreditarmos em um futuro próspero para nosso País.
"Erguem-se, agora, os homens do campo para contestar a atmosfera de ilegalidades a que estamos expostos. Por este manifesto, declaramos publicamente nosso descontentamento e preocupação frente aos acontecimentos ilícitos e espúrios em nosso Estado e País. É nosso dever, assim como de qualquer cidadão brasileiro, destinar esforços para impedir que a imoralidade e o descontrole abracem o Brasil. É sabido que as ações e reivindicações do MST por reforma agrária, justiça social e redistribuição de renda mascaram objetivos perigosos, banhados de interesses ideológicos e políticos arquitetados com vistas à tomada do poder.
"Tratam-se de estratégias reconhecidamente de cunho leninista, onde grupos poderosos manipulam flagelos sociais, como os que se encontram marginalizados seja em grandes centros urbanos como em áreas rurais. Tudo, aliás, regado a eficientes estratégias de marketing, onde ideais inquestionáveis, como de sobrevivência e igualdade entre os cidadãos figuram como estandartes quando, na verdade, não passam de elementos manipulados por quem pretende implantar no Brasil uma nova ordem social e econômica, baseada em preceitos socialistas já condenados pelo curso da história.
"Basta às mentiras, à ilegalidade, à usurpação. Façamo-nos ouvir, produtores rurais. Lutemos por nossos direitos e exijamos de nossos governantes, os quais têm ocupação sustentada por nossas contribuições tributárias, atendimento às reivindicações enumeradas abaixo e elencadas durante o Dia do Produtor Rural, realizado aos quatorze dias do mês de julho de 2003, no município de Ponta Grossa - Paraná."
Apresentados os anseios e exigências do segmento agropecuário dos Campos Gerais e outras regiões do Paraná, faz-se público este manifesto que segue, agora, a todos os parlamentares das esferas federal e estadual, bem como às instituições civis organizadas de nossa sociedade. Ciente da importância desse ato e obedientes aos ideais democráticos que ainda regem nosso País subscrevem:
Federação da Agricultura do Estado do Paraná – FAEP
Organização das Cooperativas do Estado do Paraná – OCEPAR
Sindicato Rural de Ponta Grossa
Sindicato Rural Palmeira
Sindicato Rural Ipiranga
Sindicato Rural Carambeí
Sindicato Rural Ortigueira
Sindicato Rural Ivaí
Sindicato Rural Tibagi
Sindicato Rural São João do Triunfo
Sindicato Rural Castro
Sindicato Rural Reserva
Sindicato Rural Guarapuava
Sindicato Rural Paranavaí
Sindicato Rural Quedas do Iguaçu
Associação Comercial, Industrial, Cultural e Agropecuária de Ponta Grossa - ACIPG
Associação Comercial e Industrial de Guarapuava
Deputado Federal Abelardo Luppion
Deputado Federal César Silvestre
Deputado Federal Affonso Camargo
Deputado Estadual Plauto Miró Guimarães Filho
Produtores Rurais do Paraná