"O Empreendedor Rural dá segurança e entusiasmo". A afirmação da produtora Maria Lucidia Padilha de Melo (na foto ao lado com o marido Francisco), de Marquinho, região centro-sul do Paraná, reflete a transformação que vem provocando em sua propriedade desde que ingressou na Fase um do Programa Empreendedor Rural (PER), em 2006. Ela e o marido, Francisco Padilha, dividem as tarefas do dia-a-dia na criação de gado de leite.
O casal conta que, em princípio, a produção era feita no sistema tradicional. A área de pastagem dos 70 animais, 30 em ordenha, ocupava 30 hectares tendo como retorno uma produção diária de 190 litros de leite. Além do PER, cursos do SENAR-PR na área de bovinocultura de leite e orientação técnica constante estão alavancando uma série de mudanças na administração e no sistema de produção.
O projeto desenvolvido pelo casal prevê a implantação de novas áreas de pastagem em sistema de piquetes rotacionado. Dois sistemas, cada um com cerca de um hectare divididos em 20 piquetes de capim Tifton, já estão funcionando e são utilizado para as vacas em lactação. "Temos hoje 50 animais, 24 em ordenha e uma produção de 350 litros, que dependendo da época chega a 550 litros", destacou Lucidia. A área ocupada atualmente com pastagem é de 2,8 hectares. Um terceira área, de capim Mombaça, que deve agrupar 28 piquetes está sendo preparada para absorver novos animais. "Eles não tinham sistema definido de pastagem. Com o novo modelo a eficiência aumenta bastante. O restante da terra, eles arrendaram para gado de corte, ou seja, é mais uma renda que acabou gerando", explicou o veterinário Felipe de Lima Wrobel, que presta assistência à propriedade por intermédio da Cooperativa Central Agroindustrial Ltda (Confepar).
O prazer pelo trabalho e o entusiasmo dos pais contagiam os filhos Cassio e Larissa, de 11 e 12 anos, que sonham em fazer carreira no campo. "Nós gostamos muito do que fazemos. Nos faz bem e passamos isso para os nossos filhos", comentou Lucidia. Larissa planeja sua profissionalização, primeiro como técnica agrícola e depois como veterinária, enquanto Cassio fala em se formar em Agronomia, ser criador de gado de leite e produtor de soja. "Eles sabem tudo sobre ordenha e manejo do pasto", diz Francisco orgulhoso.
Para Lucidia, a lição mais importante do PER foi aprender a enxergara propriedade como empresa rural. "Quando recebemos orientação técnica, conseguimos assimilar", disse. A meta dos produtores é atingir a produção de dois mil litros de leite/dia. "Até o fim do ano vamos chegar a 700 litros/dia". Mas a preocupação dos empreendedores não se restringe à produção. A propriedade já passou pelo curso De OLHO na Qualidade Rural e atende à legislação ambiental. O próximo passo, dentro dos objetivos da Fase três do PER, é desenvolver um projeto associativo para a venda de leite, que beneficie outros produtores também.