Edislau Camargo da Silva foi um dos participantes do curso de Artesanato em Couro promovido pelo SENAR-PR em Bituruna, entre os dias 20 de fevereiro e 8 de março. Ele já tinha algum conhecimento na área e buscava aperfeiçoamento para as peças que produz por encomenda. Assim como para Edislau, a possibilidade de uma renda alternativa é uma das razões por que trabalhadores e produtores rurais buscam fazer o curso. “Se ele vende o couro que tem na propriedade, vei cinseguir uns R$ 20,00. Se transforma em peças, consegue, no mínimo, uns R$ 400,00”, analisou o instrutor Celito Giacomet, que presta serviços ao SENAR-PR.
Outro aspecto relevante, considerando o artesanato como renda alternativa, é a possibilidade de confeccionar as peças em horários e dias impróprios para o trabalho no campo. “O trabalhador vai usar o tempo que tem disponível para isso”, reforçou Giacomet.
O curso é feito em duas etapas. Na primeira, os participantes aprendem a lidar com o couro: como prepará-lo, como fazer a limpeza e quais os tipos de tratamento que podem ser feitos. É também nesta etapa que o participante é iniciado no trabalho com o couro, cortando os tentos que comporão as tranças e tramas das peças que serão confeccionadas na segunda etapa do curso.
Cabrestos, rédeas, cabeçadas de freio, peiteiras e reios, são algumas das peças ensinadas durante o curso, que representa também o resgate de uma tradição que vem sendo esquecida no meio rural. “Hoje, é raro quem faz esse tipo de trabalho”, explicou Giacomet. O instrutor salienta que o artesanato deu lugar ao couro industrializado e as peças em material sintético. Por outro lado, existe um interesse e demanda crescentes pelo diferencial que as peças artesanais representam.