O relatório de março divulgado nesta terça-feira (11) pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) prevê produção mundial de soja para 219,85 milhões de toneladas contra 220,07 milhões de toneladas do relatório de fevereiro; indica estoques finais de 47,44 milhões de toneladas, acima do número de fevereiro (45,82 milhões de toneladas). A relação estoque final/consumo é de 20,1%.
O USDA efetuou corte nos estoques finais dos Estados Unidos. Os estoques finais norte-americanos foram reajustados de 4,35 milhões de toneladas para 3,81 milhões de toneladas, o que demonstra uma situação apertada de oferta e demanda e o mais baixo estoque desde 2003/04. Já a produção foi mantida em 70,36 milhões de toneladas.
Em relação ao Brasil, a produção foi reavaliada de 60,50 milhões de toneladas para 61,00 milhões. Quanto à Argentina, foi mantida a produção de 47 milhões de toneladas.
Os preços projetados pelo USDA em março estão no intervalo de US$ 22,05/saca a US$ 23,81/saca, mantidas as estimativas do relatório de fevereiro.
O relatório foi considerado positivo para a soja porquanto reduziu as estimativas de estoques finais norte-americanos ao mesmo tempo em que elevou a previsão das exportações.
Na Bolsa de Chicago, os futuros fecharam o pregão no dia da divulgação do relatório com preços mais firmes para a soja em grão. A posição para maio/08 foi cotada a US$ 31,02/saca.
A produção mundial de milho foi reavaliada para 770,17 milhões de toneladas no relatório de março, divulgado dia 12 pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.
Quanto aos estoques finais, as estimativas são de 104,03 milhões de toneladas contra 101,88 milhões de toneladas constantes do relatório de fevereiro. Conforme o USDA, a relação estoque final/consumo mundial é de 13,46 %.
Em relação aos Estados Unidos foram mantidas as estimativas de produção, consumo, estoque final e exportações. A produção permanece em 332,09 milhões de toneladas. O consumo final previsto também permaneceu em 266,84 milhões de toneladas, estoque final mantido em 36,52 milhões de toneladas e as exportações em 62,23 milhões de toneladas.
Quanto ao Brasil, o USDA reavaliou a produção brasileira de milho passando de 50 milhões de toneladas. Já as exportações foram reajustadas de 8,50 para 9,00 milhões de toneladas e estoques finais revistos para 5,97 milhões de toneladas.
O USDA manteve os mesmos números para a Argentina, ou seja, produção de 21,50 milhões de toneladas. Exportações de 15 milhões de toneladas e estoque final de 1,46 milhão de toneladas.
Embora o relatório do USDA tenha
sido considerado neutro pelo mercado, o bom desempenho da soja e do
trigo se estendeu ao mercado do milho. Os contratos para maio/07
fecharam em US$ 12,62/saca de 60 kg no dia da divulgação do
relatório.
Em relação ao trigo, o relatório de oferta e demanda de março traz mudanças. A produção mundial foi retificada de 603,59 milhões de toneladas para 604,96 milhões de toneladas do relatório de fevereiro.
O consumo mundial passou de 618,97 milhões de toneladas para 619,62 milhões de toneladas. Já os estoques finais aumentaram 700 mil toneladas, isto é, passaram de 109,70 milhões de toneladas para 1110,40 milhões de toneladas.
A produção norte-americana de trigo foi mantida em 56,25 milhões de toneladas; o consumo, as exportações e o estoque final foram reajustados. O consumo norte-americano passou de 31,05 de toneladas para 31,19 milhões de toneladas. As exportações passaram de 32,66 milhões de toneladas para 33,34 de toneladas. O estoque final recuou de 7,40 milhões de toneladas para 6,58 milhões de toneladas.
Quanto à Argentina a produção ficou estimada em 15,50 milhões de toneladas, as exportações caíram para 9,50 milhões de toneladas e estoques finais de 910 mil toneladas.
No dia de divulgação do relatório, a posição maio encerrou o pregão na Bolsa de Chicago a US$ 27,84/saca, com ganho de US$ 1,32/saca sobre o dia anterior (US$ 25,64/saca). A alta teve como suporte, entre outros, o relatório do USDA, haja vista que apontou redução nos estoques finais norte-americanos.
Em 2007, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 5,4%, o que equivaleu a R$ 2,6 trilhões. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor agropecuário cresceu 5,3%, influenciado principalmente pela lavoura. Os destaques são o trigo (62,3%), algodão herbáceo (33,5%), milho em grão (20,9%), cana (13,2%) e soja (11,1%).
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, comentou o resultado alcançado e fez projeções para este ano. "Em 2007, houve uma recuperação de perdas anteriores. Neste ano, projetávamos um crescimento em torno de 4%. Mas, devido às boas condições climáticas, devemos ter um aumento de 5,5% a 6%", ressaltou.
De acordo com o IBGE, a indústria apresentou crescimento de 4,9% e a área de serviços (4,7%).