A região de Emilia-Romagna, na Itália, é reconhecida mundialmente pela inserção de pequenas empresas no processo de desenvolvimento regional e, a partir de agora, produtores e empresários paranaenses terão oportunidade de aprimorar seu trabalho a partir da experiência italiana. Um projeto de cooperação entre o Paraná e a região tem como objetivo promover a geração de negócios e a transferência de tecnologia entre instituições de fomento e micro e pequenas empresas das duas regiões.
A apresentação do projeto de cooperação Paraná/Emilia-Romagna e o anúncio da instalação de um escritório da região italiana nas dependências do Sebrae aconteceram na quarta-feira, 12, na sede do Sebrae, em Curitiba. O projeto é fruto de um trabalho de aproximação do Sebrae, SENAR-PR, FAEP, Ocepar e do Estado com a região italiana.
Serão quatro áreas de atuação no agronegócio: o desenvolvimento da cadeia hortifrutigranjeira; o desenvolvimento da cadeia de produção agroalimentar; o desenvolvimento e integração de produtores de soja convencional e orgânica e a formação de dirigentes e lideranças cooperativistas em todo o Estado.
SENAR-PR e FAEP estão prontos para dar início a ações voltadas à qualificação, aperfeiçoamento e organização de produtores rurais paranaenses a exemplo do que vem se fazendo na região italiana. "Na cadeia dos hortifrutigranjeiros, daremos apoio em termos de qualificação para a organização do setor. Nesse caso, o foco principal são as regiões metropolitanas, a começar pela de Curitiba", explicou Ronei Volpi, superintendente do SENAR-PR.
Em relação à cadeia de produção agroalimentar, as ações centralizadas no oeste do estado, com foco em produtos suínos, lácteos, conservas vegetais e de frutas, além de pães e massas. "Nosso objetivo é qualificar multiplicadores que atuem no sentido de dar um diferencial às pequenas e micro empresas que vêm se desenvolvendo no interior do estado, no sentido de se obter uma produção com característica regional e maior valor agregado", disse Volpi. O caminho para isso passa pela cooperação e transferência de tecnologia de produção. Na seqüência entra o Sebrae com o desenvolvimento empresarial, que inclui organização, marketing, apresentação do produto e pesquisa de mercado.
Os projetos vão proporcionar aos produtores e empresários paranaenses a oportunidade de fomentar suas pequenas propriedades rurais ou suas empresas, com o aprimoramento da gestão empresarial e da qualificação profissional. O trabalho envolve uma produção agroindustrial com maior valor agregado e mais competitiva no mercado, criação de redes de comercialização, com acesso à inovação e transferência de tecnologia; organização dos produtores em grupos cooperativos e fortalecimento da cultura associativista com incentivos.
O presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae, Darci Piana, acredita que o processo de cooperação é importante pela troca recíproca de conhecimento entre as duas regiões. "A Emilia-Romagna é um grande centro produtor de hortifrutigranjeiros. Na produção de leite e queijos, eles vão nos ajudar a produzir produtos de alta qualidade, dentro dos padrões europeus, e, no futuro, o Paraná poderá exportar esses produtos para a Comunidade Européia. Não adianta produzirmos bastante, se não soubermos industrializar e vender".
Para a execução das ações de cooperação, um posto avançado da região italiana vai operar no Paraná. O escritório ficará a cargo da representante da Emilia-Romagna para Assuntos de Cooperação Internacional, Alessia Benizzi, que será uma das responsáveis em dinamizar a implantação desses quatro projetos e identificar novas possibilidades de ações cooperadas entre as duas regiões.
Economicamente, a Emilia-Romagna é uma das primeiras regiões da Itália em renda per capita e tem sido classificada nos últimos anos como uma das 15 regiões mais ricas da Europa. As pequenas e médias empresas são responsáveis por uma extraordinária difusão de riqueza pelo território italiano. A porcentagem de habitantes empregados é quase de 70%, que é consideravelmente mais alta que a média italiana e mais alta também que a média européia, decorrente na natureza dinâmica do setor de produção.
O sistema econômico-produtivo da região é tradicionalmente identificado com as muitas cadeias da produção, profundamente ligado ao conhecimento, habilidades e o sistema de relações territoriais. É uma das regiões da Itália com maior liberdade econômica, eficiência burocrática e qualidade de vida. A Emilia-Romagna é também a região européia que lidera em políticas de inovação, o que significa melhorar sistemas de relacionamentos e criar relações mais próximas entre economia, território e sociedade.
A região é um território formado por nove províncias. O nome Emilia-Romagna vem de uma antiga estrada que cruza todo o território e liga Roma ao centro da Europa por mais de vinte séculos. Localizada no centro-norte da Itália, no coração da região mais industrializada do país, a Emilia-Romagna atua como ligação do norte ao sul da Itália, entre o Mediterrâneo e o norte da Europa. A eficiente rede de infra-estrutura e a posição geográfica estratégica fazem da região um importante centro comercial, ligada a todas as cidades italianas e às mais importantes cidades européias.