Brasil assume liderança nas   
exportações de soja em grão

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou em fevereiro estudo sob título "USDA Agricultural Projection to 2017" (www.usda.gov). O relatório traz estimativas para o setor agrícola mundial até 2017. As projeções cobrem as commodities agrícolas, comercialização e  alguns indicadores como impostos e preços dos alimentos. As estimativas estão baseadas nas condições macroeconômicas, políticas, clima e desenvolvimento internacional e foram efetuadas durante o período  de outubro a dezembro de 2007.  

Os norte-americanos continuam preocupados com a expansão da produção de soja na América do Sul, mais especificamente com relação à posição do Brasil e seu estoque de terras disponíveis para a agricultura. Tal assunto é especificamente abordado no capítulo de comércio internacional com relação à soja e seus subprodutos.

Aponta o estudo que dadas as vantagens contínuas de área, o Brasil deverá manter sua posição como líder mundial na exportação de soja e seus derivados.

Acrescenta ainda que combater a ferrugem da soja aumenta os custos de produção, porém por causa da maior demanda doméstica por carne se soja para alimentação, óleo de soja para consumo humano e produção de biodiesel, a soja deve ficar mais lucrativa que outras culturas na maior parte das regiões produtoras brasileiras.

Existe uma tendência de alguma mudança na região Sul da produção de óleo de soja para a produção de milho durante a vigência da presente estimativa. Essa mudança dar-se-á em resposta aos preços mais altos do milho frente a uma competição mais limitada das exportações de milho dos Estados Unidos.

Em complemento à questão soja, o estudo ressalta que a partir da expansão das plantações de soja na região dos Cerrados, a taxa de crescimento da área plantada com soja no Brasil tem uma projeção de crescimento médio de 35% a.a., devendo alcançar 31 milhões de hectares.

As exportações de soja dos Estados  deverão cair no em torno de 3 milhões de toneladas porquanto se defronta com a competitividade do Brasil cada vez mais forte.  Por outro lado, a área de soja nos Estados Unidos sinaliza mudança para milho para fazer frente à produção de etanol.

Conforme o estudo, a participação do mercado dos Estados Unidos no comércio mundial de soja deverá assinalar uma queda de 21% ao final do período projetado (2007-2017).

Os Estados Unidos perdem participação no mercado mundial destes produtos (soja e subprodutos) face ao fortalecimento da competição dos produtores da América do Sul.

Finalizando, o estudo conclui que as exportações brasileiras de soja estão projetadas para atingir quase o dobro.  Atualmente as exportações brasileiras do grão são de 29,7 milhões de toneladas.

Gilda Bozza

Economista - DTE/FAEP

Boletim Informativo nº 993, semana de 25 de fevereiro a 2 de março de 2008
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná
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