Anualmente o site Milkpoint realiza uma pesquisa para selecionar os 100 maiores produtores de leite do Brasil. Da pesquisa completa destacamos as seguintes informações: dos 100 maiorers produtores o 1º colocado é Oroastro Olavo Silva Barbosa, do município de Tapiratiba - SP (região centro oriental), com produção de 63.973 litros por dia.
O colocado em 100º lugar é Lúcio Lemos Junior, do município de Carmo do Rio Claro-MG, com produção de 6.000 litros por dia.
Em 2007, entre os 100 maiores, o Paraná teve 27 produtores: 26 da região centro oriental e 1 da região oeste. (ver quadro na próxima página).
Minas Gerais é o principal estado produtor de leite e continua líder no número de fazendas com maior produção, tendo aumentado a sua participação em comparação ao ano de 2006, passando de 44% para 45%.
O Paraná mantém firme a segunda posição, com 27,8% das fazendas que apresentam as maiores produções do Brasil.
São Paulo vem em terceiro lugar, com 12,8%.
Sistemas de produção
Entre as 100 maiores o sistema de produção de maior ocorrência é o semi-confinamento, com 47%. Em segundo lugar, com 39% dos produtores, vem o confinamento total dos animais. O uso de sistemas baseados em pastagens vem em 3º lugar, citado por 14% das propriedades.
Produção/Produtividade
A média de produção dos rebanhos foi de 28,96 kg/dia nos confinados, 22,21 kg/dia no semiconfinamento e 19,14 kg/dia em sistemas de pastagens.
A média geral de produção por vaca (não ponderada) é de 24,61 kg/vaca/dia, variando de 8 a 38,5 kg/vaca, refletindo amplas variações nos sistemas de produção adotados. A região de Ponta Grossa, no Paraná, concentrou os melhores resultados, com 9 propriedades entre as 10 melhores médias.
A produtividade por área (considerando toda a área dedicada à atividade), em média, foi de 21.514 litros/ha/ano, variando de 730 a 65.700 litros/ha/ano, variação ainda maior do que aquela verificada com a produção por vaca.
São Paulo colocou duas fazendas entre as de maior produção por área, índice proporcionalmente mais alto do que os demais estados mais representativos, indicando, talvez, maior custo de oportunidade da terra e pressão por intensificação.
Índices de eficiência técnica - maiores produtividades por área
Um índice ainda mais representativo da eficiência técnica é a produtividade por área, que reflete o uso do principal fator produtivo e que, em última análise, afeta diretamente o potencial de rentabilidade da propriedade.
Esse índice apresenta enorme variação em função de vários fatores, criando ressalvas para a comparação entre fazendas.
A produção média por área de volumoso, apesar da dispersão, foi de 23.117 kg/ha/dia, um índice que pode ser considerado muito bom. Certamente, esse índice reflete as regiões em que os produtores estão localizados, em grande parte no Sudeste e no Sul, onde o custo de oportunidade da terra é alto, fruto da existência de culturas concorrentes. A intensificação é única maneira de fazer frente à elevação do custo da terra.
É interessante que a produção por área, analisando os 10 maiores citados ao lado, teve distribuição maior do que no caso da produtividade por vaca, certamente mais sensível ao clima e tipo de manejo adotado. Entre os maiores, estão desde propriedades localizadas no clima mais ameno e com inverno chuvoso de Ponta Grossa, PR, até propriedades em clima mais quente, com maior exploração de forragens tropicais.
Vale lembrar, no entanto, que a região de Ponta Grossa colocou 4 propriedades entre as 10 mais, de forma que a produtividade por área andou junto com a produtividade por vaca, mostrando a alta eficiência técnica dessa região.
Os 10 melhores em Média de Kg
leite/vaca/dia
Ronald Rabbers – Castro
-PR
38,5 Kg/vaca/dia
Hans Jan
Groenwold – Castro PR
37,5
Kg/vaca/dia
Carlos Augusto Delezuk-
Carambeí PR
37,2 Kg/vaca/dia
Lambert Petter
– Castro PR
36,5
Kg/vaca/dia
Lair Antônio de
Souza – Araras –SP
36,1
Kg/vaca/dia
Jan Johannes de
Bôer – Castro PR
36,0
Kg/vaca/dia
Albertus Frederik Wolters -
Castro PR
35,0 Kg/vaca/dia
Gerrit Verburg
– Arapotí PR
34,0 Kg/vaca/dia
Lucas Rabbers
– Castro –PR
34,0
Kg/vaca/dia
Sandro Aurélio Hey – Castro
PR
33,6 Kg/vaca/dia
Escala continua crescendo
A produção dos 100 maiores em 2007 superou a do ano anterior em 5,25%, mantendo-se acima dos 10 mil litros diários de média, com 10.756 kg ante os 10.220 kg/dia produzidos em 2006. O aumento médio absoluto foi de 422 kg/dia por produtor, valor maior do que o aumento anterior (374,6 kg/dia).
Maiores médias por hectare/ano, considerando apenas as áreas de produção de volumosos.
Nome do produtor | Kg leite / ha volumoso / ano | Cidade /Estado |
Antônio Gurjão* José Garcia Benvenga* Franke Dijkstra / Maurício Greidanus * Renato Rappa* Jan Willem Salomons Ronald Rabbers Agropecuária Palma Ltda. Ciro Vilela Siqueira e Filho* Pedro Firmino de Souza e Filhos Roberto Sleutjes | 65.700
53.333 43.835 43.137 42.774 40.900 40.449 40.150 40.150 39.885 | Quixeramobim /
Caucaia - CE
Descalvado –S.P Carambeí PR Itatiba SP Arapoti - PR Castro PR Luziânia GO São Gonçalo do Sapucaí MG Pompeu MG Castro PR |
*Adquire parte do volumoso de fora da
propriedade
Raças
A raça holandesa continua sendo a principal raça utilizada, com 60,91% das indicações, inclusive aumentando a participação, seguida do girolando e mestiços, com 30%.
Jersey, Gir, Guzerá e Pardo-Suíço também foram citadas.
Dentre os 100 maiores produtores, 16,36% utilizam mais de uma raça em sua propriedade, considerando a utilização tanto de raças puras quanto cruzadas.
O número de laticínios que adquiriram o leite dos Top 100 reduziu-se um pouco em relação ao ano passado (48 em 2007 contra 45 agora), mas ainda assim reflete fato dos grandes produtores terem mais alternativas de mercado devido ao volume de leite.
No Paraná verifica-se o predomínio da captação pelo pool ABC. O Pool é uma estrutura de comercialização formada pelas cooperativas Batavo (Carambeí) e Castrolanda (Castro) com o objetivo de comercializar conjuntamente o leite de seus cooperados e outros produtores interessados.
Perspectivas
para 2008
Quanto às perspectivas para 2008, 81% dos produtores do Top 100 declararam que pretendem aumentar a produção, 17% pretendem manter e nenhum pretende reduzir a produção, nem tampouco parar com a atividade.