O relatório de fevereiro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indica que a produção mundial de soja foi revista para 220,07 milhões de toneladas, contra 220,34 milhões de toneladas do relatório de janeiro; indicou estoques finais de 45,82 de toneladas, cerca de 420 mil toneladas abaixo do relatório de janeiro (46,24 milhões de toneladas), confirmando um quadro ajustado. A relação estoque final/consumo é de 19,4%.
O USDA fez corte nos estoques finais dos Estados Unidos, superior às expectativas do mercado. Os estoques finais norte-americanos têm estimativa de 4,35 milhões de toneladas, o que demonstra uma situação apertada de oferta e demanda. Já a produção foi mantida em 70,36 milhões de toneladas.
Em relação ao Brasil, o USDA manteve a produção estimada em janeiro, ou seja, de 60,50 milhões de toneladas. Quanto à Argentina, foi mantida a produção de 47 milhões de toneladas.
Os preços projetados pelo USDA em fevereiro estão no intervalo de US$ 22,05/saca a US$ 23,81/saca. Os contratos de soja em grão operaram na Bolsa de Chicago com preços mais altos. Isto é resultado do relatório do USDA que reduziu as estimativas de estoques finais para a safra 2007/08.
Os contratos para a primeira entrega, março/2008, chegaram a ser negociados, no dia da divulgação do relatório, a US$ 29,52/saca.
Nos
dias subseqüentes, a Bolsa de Chicago mostrou um desempenho oscilante.
Na segunda e terça-feira, os preços da soja acompanharam o movimento de
recuo observado no trigo e no milho. Na terça-feira os contratos para
março/08, fecharam o pregão em US$ 29,10/saca (R$ 50,96/saca), tendo
com pano de fundo a ação dos especuladores com fortes movimentos de
venda.
A produção mundial de milho deve ser de 766,23 milhões de toneladas e não mais de 766,72 milhões de toneladas. É o que indica o relatório do USDA de fevereiro.
Quanto aos estoques finais, as estimativas foram reavaliadas em 101,88 milhões de toneladas contra 101,33 milhões de toneladas constantes do relatório de janeiro. De acordo com o USDA, a relação estoque final/consumo mundial é de 13,18 %. Em relação aos Estados Unidos foi mantida a estimativa de produção em 332,09 milhões de toneladas. O consumo final previsto também permaneceu em 266,84 milhões de toneladas. Já o estoque final previsto de 36,52 milhões de toneladas e as exportações devem somar 62,23 milhões de toneladas.
O USDA revisou a produção argentina de 22,50 milhões de toneladas para 21,50 milhões de toneladas. Ou seja, 1 milhão de toneladas a menos. Já as exportações argentinas de milho passaram de 16milhões para 15milhões de toneladas. Quanto ao Brasil, o USDA manteve as mesmas previsões do relatório de janeiro. Com isso, a produção foi mantida em 50 milhões de toneladas, exportações em 8,5 milhões de toneladas e estoques finais permaneceram em 4,47 milhões de toneladas.
O relatório do milho
foi considerado neutro pelo mercado e os preços continuaram firmes. Os
contratos para março/08 foram cotados, no dia da divulgação do
relatório a US$ 11,99/saca (R$ 20,98/saca). A semana iniciou com
os preços na Bolsa de Chicago em baixa, fechando na terça-feira a US$
11,86/saca (R$ 20,76/saca).
Em relação ao trigo, o relatório de oferta e demanda de fevereiro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) traz mudanças. A produção mundial está prevista em 603,59 milhões de toneladas contra as 603,00 milhões de toneladas do relatório de janeiro.
O consumo mundial foi reavaliado para cima. Com isso, passou de 616,45 milhões de toneladas para 628,97 milhões de toneladas. Já os estoques finais caíram de 110,93 milhões de toneladas para 109,70 milhões de toneladas.
A produção norte-americana de trigo foi mantida em 56,25 milhões de toneladas; o consumo, as exportações e o estoque final foram reajustados. O consumo norte-americano passou de 31,19 milhões de toneladas para 31,05 milhões de toneladas. Já as exportações passaram de 31,98 milhões de toneladas para 32,66 milhões de toneladas. O estoque final caiu de 7,94 milhões de toneladas para 7,40 milhões de toneladas.
Na Argentina a produção ficou estimada em 15,50 milhões de toneladas e exportações em 10 milhões de toneladas.
Quanto ao Brasil a previsão permaneceu em 3,40 milhões de toneladas. Com base no novo relatório, será preciso importar o produto para atender às necessidades internas projetadas em 7 milhões de toneladas.
No trigo, os contratos na Bolsa de Chicago operaram no limite de alta tendo como pano de fundo a forte demanda mundial e a situação ajustada de estoque. Os contratos para março/2008 foram negociados a US$ 24,09/saca de 60 kg (R$ 42,29/saca de 60 kg).
Na abertura da semana, o desempenho do trigo na Bolsa de Chicago foi bastante volátil. Após registrar perdas na segunda-feira, novamente na terça-feira houve uma devolução de ganhos (liquidação de posições compradas) e o contrato março encerrou o pregão a US$ US$ 22,39/saca (R$ 39,22/saca).
Gilda Bozza
Economista - DTE / FAEP