O Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS) aprovou dia 12 o plantio e a comercialização de duas variedades de milho transgênico no Brasil. A informação é da Agência Brasil. As variedades aprovadas são da Bayer CropScience e da Monsanto. O milho transgênico é o terceiro produto agrícola alterado geneticamente a receber autorização de plantio no Brasil, depois da soja e do algodão, ambos com patente da Monsanto. O Brasil é 13.º país do um do a aprovar o plantio de milho transgênico.
O conselho, formado por 11 ministros, analisa questões de biossegurança sob o ponto de vista sócio-econômico. As duas variedades receberam sete votos favoráveis no órgão, e o que levou a Comissão a decidir pela aprovação foi o conteúdo do relatório apresentado pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.
A CTNBio, o órgão científico do governo para transgênicos, já havia autorizado essas variedades no ano passado e a liberação dependia ainda da decisão do CNBS.
O milho da Bayer, denominado Liberty Link, é resistente ao herbicida glufosinato de amônio. Já o da Monsanto, o MON 810, é resistente a insetos.
Segundo o engenheiro agrônomo do DTE/FAEP, Sílvio Krinski, a ratificação pela liberação do plantio e a comercialização das variedades de milho transgênico já era aguardada com ansiedade pelo setor produtivo. "A possibilidade de adoção desta tecnologia pelo produtor rural trará benefícios econômicos e ambientais em grande escala, como a redução do custo de produção do milho e volume de inseticidas", afirmou Krinski.
O milho MON 810, segundo comunicado da Monsanto, proporciona uma redução do uso de inseticidas e consequente diminuição da contaminação do solo e de lençóis freáticos por resíduos químicos.
Com a aprovação do CNBS, caberá agora ao Ministério da Agricultura registrar essas variedades transgênicas, um procedimento burocrático que não deve se prolongar por muito tempo, até porque o ministro Reinhold Stephanes, o relator do processo no CNBS, foi favorável à aprovação do milho geneticamente modificado.
Se nenhuma decisão judicial barrar o processo, o que já aconteceu durante o trâmite para a aprovação do milho transgênico, haveria sementes disponíveis para plantar o cereal geneticamente modificado na segunda safra do ano que vem (2008/09), segundo uma fonte do governo.
Com a autorização, as empresas detentoras das patentes dos produtos fariam a multiplicação das sementes na safra de verão 08/09 e depois poderiam oferecê-las em um volume maior para a safrinha.
Ficou para uma próxima reunião a aprovação de uma variedade de milho da Syngenta, que já foi aprovada pela CTNBio.