Um levantamento
concluído pela Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola (Coodetec) em
janeiro de 2008 mostra que os benefícios da soja tolerante a herbicida
são percebidos pela grande maioria dos agricultores brasileiros que
plantaram a variedade transgênica na safra 2005/2006. De acordo com a
pesquisa, 92% desses produtores aprovam o desempenho da semente
geneticamente modificada (GM) em suas lavouras.
A
Coodetec ouviu 518 agricultores das principais regiões produtoras de
soja do País (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do
Sul, Bahia, Tocantins e Goiás), dos quais 69% afirmaram ter plantado o
grão transgênico. E mesmo considerando aqueles que sequer haviam
testado a soja GM, 69% também sinalizaram ter intenção de adotar as
sementes geneticamente modificadas nas próximas safras.
O
melhor desempenho da soja GM deu-se na Região Sul, onde 95% dos
entrevistados afirmaram que continuariam a utilizar a soja tolerante a
herbicidas. O maior interesse em ampliar a área plantada com soja GM
foi verificado no Mato Grosso do Sul (74,5%) e no Paraná
(73%).
Segundo Izaias de Carvalho Borges,
pesquisador do Núcleo de Economia Agrícola da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp), a pesquisa confirma uma tendência natural de
crescimento da adoção da biotecnologia agrícola no País. "Desde a
entrada da soja tolerante a herbicida no Brasil, a área plantada com
culturas transgênicas cresce consideravelmente todos os anos", diz. "E
isso somente ocorre porque o agricultor reconhece as vantagens da
semente GM, como mostra o levantamento".
"A
transgenia é uma ferramenta segura e de uso opcional, que oferece
vantagens significativas do ponto de vista econômico e ambiental, já
que também reduz o uso de agrotóxicos", observa o diretor técnico da
Coodetec, Ivo Marcos Carraro. "O levantamento disponibilizado reflete a
avaliação prática de nossos agricultores", complementa.
Além
de comprovar a aprovação da soja transgênica, a pesquisa da Cooperativa
Central, que tem sede em Cascavel (PR) e atuação em todo o País, ainda
revela que não são apenas o ganho de produtividade e a redução de
custos que motivam os agricultores brasileiros a adotar a variedade. Na
realidade, os fatores mais decisivos também incluem o melhor controle
de pragas e doenças e trato cultural ' citado por quase 90% dos
agricultores ' e a simplicidade e a facilidade na condução da lavoura,
lembrados por cerca de 80% dos entrevistados.