Ministro recebe propostas  
dos produtores de trigo

O documento  "Propostas para o setor tritícola brasileiro - safra 2008" sugere uma série  de políticas de valorização das culturas de inverno e foi entregue por representantes do setor do trigo nacional ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, nesta segunda-feira (21), em Brasília.

As propostas foram elaboradas em comum acordo com as principais lideranças que representam a cadeia produtiva do trigo no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Na FAEP, foi realizada uma ampla consulta aos Sindicatos Rurais e à Comissão Técnica de Grãos, Financiamento da Produção e Proagro, que conta com agricultores que representam diversas regiões do Paraná.

O Brasil importa 70% do consumo de trigo, gastando em torno de US$ 1 bilhão. Valor gasto com importações de trigo e farinha em 2006. Os produtores da Região Sul têm condições de ampliar a área plantada. Porém,  não contam com uma política agrícola que viabilize o crescimento do setor.

  Principais propostas 

 
1. Preço Mínimo do trigo - Alterar de R$ 400 para R$ 500/tonelada (R$30/sc);
 
2. Juros - Reduzir para 4,5% ao ano no custeio;
 
3. Seguro - Aumentar o subsídio de 60% para 75% ao prêmio do seguro; Adotar cálculo de produtividade média  conforme histórico do produtor e não do município; Aumentar a cobertura de produtividade, fixando como regra básica a cobertura mínima de 70% da produtividade; implementar o Fundo de Catástrofe e Criar a modalidade de Seguro de Renda do Produtor;
 
4. Tarifa Externa Comum - Manutenção da TEC para o trigo e seus derivados, pois esta é a maneira de garantia de preço ao produtor, reduz o efeito dos preços subsidiados de outros países;
 
5. Logística - Flexibilizar a legislação de cabotagem;
 
6. Tributação - Unificar o ICMS do trigo e derivados;
 
7. Crédito - Aumentar o limite de crédito da cevada para R$300 mil e da aveia para R$200 mil;
 
8. Culturas de inverno - Estabelecer política agrícola para aveia e cevada nos mesmo moldes do trigo;
 
9. Proagro - Aumentar a cobertura do Proagro de R$150 mil para R$ 300 mil;
 
10. Manutenção dos atuais mecanismos de comercialização: PROP, PEP, EGF, AGF, Contrato de Opção e LEC;
 
11. Regulamentar a entrada de farinha argentina (tarifa compensatória) com subsídio na origem prejudicando, especialmente, a indústria moageira da Região Sul e, em decorrência, o produtor.
 
Segundo o economista da FAEP, Pedro Loyola, o maior desafio dos produtores de trigo é vencer os fatores limitantes da atividade. "Os agricultores precisam de um seguro de produção viável, além de melhores condições de competitividade no escoamento da produção. Hoje os argentinos colocam mais de 90% do trigo consumido no Norte e Nordeste do Brasil, o que eqüivale a praticamente 3 milhões de toneladas", disse.
 
Para o presidente da FAEP, Ágide Meneguette, uma medida importante para encaminhar a questão do trigo no País é reduzir o custo do frete da cabotagem entre a região Sul e as Regiões Sudeste, Norte e Nordeste. A legislação atual é muito restritiva ao uso de navios com bandeira estrangeira, apesar da frota nacional não dispor de embarcações em quantidade suficiente. 
 
O frete marítimo da Argentina para o nordeste brasileiro, como do Brasil para a África do Sul, custa menos do que o da Região Sul para o Nordeste. "Reduzindo os custos de cabotagem, o produtor brasileiro poderá competir em condições de igualdade com o estrangeiro, implicando numa substituição de importações do trigo, rendendo divisas para o País e atendendo o mercado interno", afirmou o presidente da FAEP.

Boletim Informativo nº 990, semana de 28 de janeiro a 3 de fevereiro de 2008
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná
  • voltar