Presidente do IAP prega parceria para  
conciliar produção e meio ambiente

Vitor Hugo Burko

"Não há como se imaginar que vamos atingir o desenvolvimento econômico permanente se não cuidarmos da questão social e também da ambiental. O IAP não pretende fazer políticas predatórias da atividade econômica, mas complementares, de forma a garantir um futuro equilibrado para todos". Foi neste tom, propondo parceria e esforço conjunto, que o presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Vitor Hugo Burko, falou sobre questões ambientais aos produtores rurais reunidos na Assembléia Geral da FAEP, dia 21 de janeiro.

Burko garantiu que a atitude do governo do Estado não é de bloqueio à produção, mas de salvaguardar o meio ambiente e encaminhar as soluções encontradas em conjunto. "Digo, com toda tranqüilidade e convicção, que o governador é sensível às questões produtivas, e que irá aprovar políticas claras de desenvolvimento sustentável, desde que embasadas em argumentos técnicos, bem fundamentados e objetivos".

Vitor Hugo Burko, que está há um ano na direção do IAP, disse que vem "realizando grande esforço no sentido de aproximar o IAP da sociedade, para que o IAP não seja visto como adversário, mas parceiro. Uma ferramenta da garantia de um futuro equilibrado para todos, onde se integram a questão econômica, social e ambiental". Ele anunciou que o secretário do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, assinou portaria nomeando uma comissão para discutir o plantio de seringueiras em áreas de Reserva Legal, de forma consorciada.

"Entendo que há possibilidade de vários cultivos associados com a Reserva Legal, que não inviabilizam, restringem talvez, mas não inviabilizam a produção comercial das propriedades. Nós temos que ter maturidade para discutir isso de modo objetivo, e definir os critérios para que estas culturas sejam aproveitadas", disse Burko.

Áreas úmidas - Outra portaria, baixada pelo IAP neste início de ano, trata da preservação de áreas úmidas. "Direcionamos os esforços para cuidar daquilo que é importante, ou seja, as áreas úmidas que ainda não foram tocadas e que podem ser utilizadas como Reserva Legal. Só precisamos resolver agora a questão da rizicultura, de modo a não inviabilizar a propriedade e ao mesmo tempo garantir a preservação ambiental".

O presidente do IAP disse que dentro de poucos dias, uma semana talvez, deve sair uma portaria regulamentando as compensações da Reserva Legal fora da propriedade. "Para alguém que tem sua propriedade em Cascavel, por exemplo, é muito melhor recompor a Reserva Legal onde estão as nascentes do Rio Iguaçu, na Serra da Esperança, preservando áreas absolutamente importantes, do que fazer crescer mata de novo em terras produtivas, demorando séculos talvez para recompor a natureza como era originalmente, sem produzir de modo objetivo grandes benefícios".     

Boletim Informativo nº 990, semana de 28 de janeiro a 3 de fevereiro de 2008
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná
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