Ranking do IBGE mostra os vilões  
da inflação desde o Plano Real

Análise do Departamento Técnico da FAEP aponta quem é quem  
no ranking revela os vilões e  mocinhos da inflação brasileira

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) fechou acumulada em 218,63% desde o Plano Real, em julho de 1994 até dezembro de 2007, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, divulgados na última sexta-feira, dia 11. O IPCA é a 'inflação oficial', usada pelo Banco Central para definir as metas de inflação do país.

No entanto, são as variações separadas em dois rankings, um por grupos e outro por itens, que revelam grandes surpresas para os consumidores brasileiros. Os dados mostram quem são os vilões da inflação e quem contribuiu positivamente, segurando o índice.

Comunicação e habitação são os vilões da inflação  

No ranking 1, classificado por grupos, os líderes em aumento de preços desde o Plano Real foram comunicação (telefone e correio)  e habitação (aluguel residencial, energia elétrica e gás), com inflação de 663% e 440% respectivamente. Seguidos de transporte, educação, saúde e despesas pessoais, formaram os seis grupos que pressionaram fortemente a inflação.

Alimentação e bebidas abaixo  da inflação oficial do período

O grupo "alimentação e bebidas" aparece apenas em sétimo lugar no ranking com 162%, seguido de vestuário com 118% e de artigos de residência com 97%. Juntos, estes três grupos compensaram os aumentos dos outros, contribuindo para que a inflação oficial não ultrapasse  218,63% no período.

Alimentos seguram a inflação  

A tabela com o ranking por item da inflação acumulada desde o Plano Real até dezembro de 2007 demonstra que dos 17 itens que formam o grupo de alimentos e bebidas (veja itens em negrito no Ranking - 2), 16 itens ficaram com índices muito inferiores ao da inflação oficial de 218,63%. Esses números comprovam a relevância dos preços dos alimentos no processo de estabilização econômica desde o Plano Real.

A estabilização dos índices inflacionários somente foi possível nos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula devido à "âncora verde", caracterizada pela forte contribuição da agropecuária para a queda dos preços reais dos alimentos. 

Carnes, leite e frutas ajudaram  a conter a inflação

Entre os três principais destaques dos alimentos, o item frutas chegou a ter deflação de 27,14% no período. Leite e carnes contribuíram também de forma positiva para a evitar uma inflação maior, não passando de 162% no período.  

Preços monitorados e administrados pelo governo são os principais vilões da inflação

Os sete principais itens que mais subiram de preço desde o Plano Real, veja o ranking 3, são monitorados e determinados pelo governo federal.  

Os preços da energia elétrica subiram 381,03%, mais que o dobro da inflação de alimentos. Já os reajustes de comunicação, que envolve os gastos com correio e a telefonia fixa, celular e pública, foram reajustados em 663,03%.  

Os combustíveis domésticos, gás de bujão e encanado, aparecem logo em seguida com 638,03%. Transporte público subiu 448,55%, quase o dobro da inflação oficial do período. O custo de vida do consumidor brasileiro aumentou nos preços determinados pelo governo.

Boletim Informativo nº 989, semana de 21 a 27 de janeiro de 2008
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná
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