Os lácteos, com 78% de aumento nas exportações, e a carne de peru, com 79%, foram os dois itens com melhor desempenho na balança do agronegócio brasileiro em 2007. Os dados estão em um levantamento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Lácteos - No acumulado de 2007 o conjunto de produtos lácteos, formado por leite, leite em pó, manteiga, leite condensado, doce de leite, iogurte e bebidas lácteas, queijos e soro de leite apresentou um aumento nas exportações de 78% em relação a 2006. Só em dezembro de 2007 o aumento foi de 260% em relação a dezembro de 2006. O valor alcançado com a exportação dos derivados do leite em 2007 chegou a US$ 299 milhões de dólares, valor 77% maior que o exportado em 2006. Outro dado interessante é que o valor por tonelada de produto também aumentou, passou de US$ 1.706 para US$ 2.888 por tonelada, um aumento de 69%.
O setor que passou por maus momentos nos últimos anos mostra sinais de recuperação. E parece uma evolução sustentada. Iniciativas como o CONSELEITE-PR têm se mostrado eficazes na manutenção dos preços pagos aos produtores e as bacias leiteiras como de Marechal Cândido Rondon e Toledo se estabelecem e mostram competência.
Agora é preciso se preparar para aproveitar ao máximo essa oportunidade. Produtores e indústria precisam entrar em sintonia e caminhar juntos. Os produtores investindo em qualidade e sanidade, e as indústrias reconhecendo os esforços produtivos pagando por qualidade e investindo em tecnologia e desenvolvimento de produtos.
Perus - Há muito tempo o Paraná tem mostrado uma vocação incrível para criação de aves. O destaque agora pode ser a criação de perus. O valor exportado pelo Brasil nos últimos dez anos passou de US$ 32 milhões para US$ 299 milhões em 2007. O crescimento foi de 79% em relação a 2006, quando obteve-se uma receita de US$ 168 milhões.
O Paraná conta com 635 propriedades dedicadas a produção de perus para corte, e abateu até novembro de 2007 mais de 13 milhões de perus. Em 2006 a exportação de carne peru gerou mais de US$ 102 milhões em divisas para o estado. O consumo no Brasil ainda é pequeno, 1 kg/hab/ano enquanto o de frango é de 33 kg/hab/ano.
Aqui está o grande potencial de crescimento não só em carne in natura como industrializada. Assim como no leite o valor por tonelada de carne de peru exportada também aumentou mais de 30%, passando de US$ 1.684 para US$ 2.201.
Apesar de as duas atividades representarem aproximadamente 1% das nossas exportações o seu potencial de crescimento é inegável. Principalmente pela nossa vocação regional e tendências de aumento no consumo mundial e no mercado interno.
Fabrício Monteiro é médico-veterinário do Departamento Técnico-Econômico da FAEP