Paraná vacinou 98,44% do  
rebanho contra a febre aftosa 

Celso F. D. Doliveira

A Secretaria da Agricultura do Paraná divulgou relatório da Campanha de Vacinação Contra Febre Aftosa de novembro de 2007. Analisando os números observamos que o índice de vacinação foi de 98,44% para os bovinos existentes e 96,67% das propriedades em novembro de 2007. Houve, portanto, uma redução da cobertura vacinal de 0,18% para os bovinos e 0,42% para as propriedades em relação à campanha anterior (em maio de 2007) onde foram atingidos 98,62% dos bovinos e 97,09% das propriedades).  

Na verdade esta pequena redução é resultado das mudanças propostas pela legislação que aprova as Diretrizes Gerais do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Febre Aftosa (Instrução Normativa 44 de 02/10/2007, no artigo 20 inciso III). Esta legislação alterou o prazo para bovinos dispensados da obrigatoriedade da vacinação por serem destinados ao abate. Antes o prazo era de 30 dias após o término da vacinação, agora, 60 dias.  

Dentro deste critério, segundo dados da SEAB, foram dispensados da vacinação 21.366 animais, ou seja, 0,23% do rebanho paranaense. Se este percentual for somado ao índice de cobertura de 98,44%, chega-se a 98,67% do rebanho. Um aumento de 0,05% do total atingido na última campanha.  

Importante observar que as regionais com índices abaixo da média são justamente aquelas que vêm há anos sofrendo com a falta de técnicos para defesa sanitária. Com a recente contratação de mais de 40 Médicos Veterinários para atuar justamente na Defesa Sanitária Animal, toda a comunidade espera que nossos índices sejam ainda melhores em 2008, especialmente em relação às vacinações controladas (assistidas, fiscalizadas e oficiais), que são aquelas que darão uma credibilidade ainda maior ao nosso sistema de defesa sanitária junto aos organismos internacionais de saúde animal.

    O Programa Nacional de Controle e Erradicação da Febre Aftosa prevê que o serviço veterinário oficial fiscalize e controle todas as etapas de produção, comercialização, distribuição, transporte e utilização da vacina contra a febre aftosa. No que diz respeito à aplicação da vacina, o serviço veterinário oficial define as estratégias mas a responsabilidade é dos produtores. Eles têm que comprovar a aquisição  da vacina e declarar sua aplicação dentro dos prazos estabelecidos pelo serviço veterinário oficial até o final do mês da campanha (maio e novembro no Paraná).  

Entretanto, o serviço veterinário oficial também pode realizar o acompanhamento da vacinação contra a febre aftosa em qualquer exploração pecuária, assumindo a responsabilidade pela aquisição ou até mesmo a aplicação da vacina em áreas de risco ou em outras explorações pecuárias de importância estratégica, o que já acontece há tempos em algumas regiões do estado.  

Hoje 27 estados brasileiros (IN 53/2007) são reconhecidos pelo Ministério da Agricultrua como livre de febre aftosa com vacinação. No caminho para controlar e erradicar a doença no estado, é fundamental, entre outras medidas, intensificar as vacinações controladas (oficiais, fiscalizadas e assistidas) pelo serviço veterinário oficial.

 Esta vacinação, em estabelecimentos de maior risco ou de importância estratégica, atinge hoje 23,07% das propriedades e 14,48% dos rebanhos, concentrados nos núcleos do sudoeste do estado. Com o reforço de técnicos do quadro da Defesa Sanitária Animal do Estado, e com o apoio de produtores e da comunidade em geral, devemos aumentar significativamente este índice e melhor distribui-lo nas regiões de maior risco. As vacinações controladas são uma importante ferramenta para combate à doença e para o reconhecimento nacional e internacional da seriedade com que o tema é tratado.

Vacinação oficial: é aquela vacinação feita pelos técnicos do serviço veterinário oficial ou vacinadores credenciados em todos os animais de um estabelecimento de criação.

Vacinação assistida: é aquela realizada pelo produtor na presença de técnicos do serviço veterinário oficial, cobrindo todo o rebanho do estabelecimento.  

Vacinação fiscalizada: é aquela realizada pelo produtor e fiscalizada pelo técnicos do serviço veterinário oficial para assegurar que o procedimento ocorreu de fato.

Celso F. D. Doliveira é médico-veterinário - Assessor técnico do Fundepec  

(Fundo de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná)

Boletim Informativo nº 988, semana de 14 a 20 de janeiro de 2008
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná
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