O fim da CPMF significou o atendimento a uma demanda da sociedade que não agüenta mais a carga tributária que pesa sobre seus ombros. Assim, ao aumentar a alíquota do Imposto de Operações Financeiras (IOF) e a estender a sua incidência a operações que estavam isentas, inclusive atingindo o setor agropecuário, o Governo Federal demonstra a sua insensibilidade política.
O relatório da senadora Kátia Abreu, por ocasião da matéria no Senado Federal, em dezembro passado, demonstrou claramente que a Receita Federal vem aumentando a arrecadação acima dos valores da CPMF, o que significa que o fim desse imposto não fará falta nenhuma aos cofres da União. Além disso, havia o compromisso do Governo Federal que o seu orçamento seria enquadrado na nova condição de arrecadação, sem novos aumentos, como esse do IOF e da CSLL sobre o lucro dos bancos, que fatalmente será repassado à sociedade.
Ao que parece, o Governo Federal não entendeu o recado da campanha que a sociedade fez contra a CPMF favorável à redução da carga tributária e, na contramão do que ocorre no mundo inteiro, insiste em cobrar do cidadão brasileiro a sua ineficiência em cortar gastos.
A agropecuária brasileira, que já arca com o ônus de conter a inflação submetida a um câmbio irreal que deprime seus preços, vai pagar também a sua parte por este "pacote" injusto.
*Ágide Meneguette é presidente do Sistema FAEP