Nesta semana deve ser entregue ao secretário de Agricultura, Valter Bianchini, o plano de ação para o combate ao Greening na citricultura do Paraná. Após um mês de reuniões com representantes da cadeia produtiva, o grupo de trabalho concluiu o plano que propõe a realização de 11 ações em conjunto pelo Estado e iniciativa privada, com o objetivo de esclarecer, sensibilizar e orientar todos os envolvidos na citricultura no estado.
O Greening ou Huanglongbing (HLB) é considerada a doença mais severa dos citros em todo o mundo. No Brasil, a primeira ocorrência foi identificada em 2004 no Estado de São Paulo. Em dezembro de 2006 ocorreu o primeiro registro de caso no Paraná, no município de Altônia. De acordo com dados da secretaria da Agricultura (Seab), o Paraná conta com uma área de 26 mil hectares de citros e uma produção de 400 mil toneladas de laranja e 210 mil toneladas de tangerina, representando 48% do total de frutas produzidas no estado.
Para José Croce Filho, agrônomo da Seab, o sucesso do trabalho está relacionado ao envolvimento de todos os segmentos ligados ao setor. "Identificamos uma série de entraves que podem dificultar o controle da doença. O Estado não dá conta disso sozinho". As metas propostas pelo grupo de trabalho incluem ações de multiplicação de informações, fomento a pesquisa relacionada ao HLB e seus hospedeiros, capacitação técnica de produtores e trabalhadores rurais, erradicação de plantas hospedeiras como a Murta e mudas clandestinas, aumento na fiscalização fitossanitária, além de estudo para criação de uma fundação de apoio à citricultura.
O alvo das ações são as associações de produtores, cooperativas, sindicatos rurais, prefeituras municipais, revendas agropecuárias, escolas e universidades, entre outras. Valdomiro Tormem, consultor na área de citricultura, teme os efeitos do Greening caso não haja ações efetivas na prevenção. "Se não tomarmos providências, a agressividade da doença, que é muito grande, pode comprometer a citricultura paranaense que garante inúmeros empregos no campo", alertou.
Fazem parte do grupo de trabalho a Seab, Cocamar, Corol, Emater, FAEP, SENAR-PR, Ocepar, Iapar, UEM, Citri, Fetaep e Cooperativa Integrada.