Vendas antecipadas de soja
mostram ritmo acelerado

As vendas antecipadas de soja em grão da safra 2007/08 mostram um ritmo acelerado acima da média dos últimos anos. Depois de um período de preços deprimidos, o grão voltou a ser destaque com preços 87% (US$ 24,80/saca) acima da média histórica dos últimos dez anos (US$ 13,23/saca).  

Segundo o levantamento divulgado por Safras & Mercado, o fluxo de comprometimento da nova safra brasileira atingiu 35% da esperada (21,1 milhões de toneladas), de acordo com o quadro abaixo.

Não obstante o cenário favorável, embora os produtores de soja estejam otimistas quanto à comercialização, eles não vivem um clima de euforia, haja vista  a existência de dívidas carregadas de safras anteriores, ou seja, existe um passivo acumulado. As variáveis que  conduziram à opção pela comercialização antecipada da safra 2007/08 são:

- Enxugamento dos estoques mundiais de soja em grão decorrente da menor safra norte-americana em 2007, além da preocupação com o abastecimento futuro (2008) haja vista as condições climáticas previstas na safra da América do Sul, tendo em vista os efeitos do La Nina.  

Estados	7 dezembro (em %)	Volume Comprometido (em mil t)	Safra esperada (em mil t)	Média Normal (*) (em %)
RS	10	960	9.600	6
PR	17	2.075	12.218	10
MT	58	9.505	16.390	46
MS	36	1.815	5.040	29
GO	38	2.395	6.300	33
SP	28	425	1.512	11
MG	40	1.100	2.744	32
BA	42	1.035	2.465	41
OUTROS	43	1.815	4.227	27
BRASIL	35	21.125	60.496	26

- O quadro de preços elevados vigentes do mercado interno tendo em vista que as altas cotações internacionais determinam os preços no mercado interno.

Por sua vez, o dólar baixo é desfavorável às exportações do produto e conseqüentemente  para o produtor rural, ou seja, a valorização do real frente ao dólar limita os ganhos dos produtores de soja.  Pelo andar da carruagem e tendo em conta as sinalizações de cotação do dólar para 2008, prevista abaixo de R$ 2,00/US$ e com registro de estabilidade atual no patamar inferior  a R$ 1,80/US$, a moeda americana é um fator neutro para a atividade sojicultora. Assim, a rentabilidade da soja, conforme especialistas do setor, estará mais diretamente ligada à gestão de custos e eficiência produtiva (ganhos de produtividade).