Incentivar a pesquisa e provocar interferência na realidade. Estes foram alguns dos critérios utilizados para avaliar os mais de 12 mil trabalhos que participaram do Concurso Agrinho 2007. Com o tema "Saber e atuar para melhorar o mundo", estudantes e professores foram convidados a relatar suas experiências locais.
Alunos do ensino fundamental, educação infantil e educação especial participaram com trabalhos nas categorias desenho e redação, além dos projetos de experiência pedagógica. Por meio destes, professores e alunos são incentivados à pesquisa e discussão de soluções para problemas que afetam a comunidade onde vivem. Para a coordenadora pedagógica do Programa, Patrícia Lupion Torres, os estudantes sabem que devem se posicionar em relação a questões sócio-ambientais. "Eles assumem posição diante de problemas, como a sujeira do rio, o político que está no poder, os casos de dengue", observou. Para a coordenadora, a conscientização é o ponto de partida para uma tomada de atitude e interferência na realidade. "Se o que eles podem fazer hoje para melhorar o mundo é economizar copos descartáveis, pensando na questão ambiental, então, vão fazer. O fato é que essas crianças estão conscientes de qual é sua parte nesse processo", completou Torres.
Município e Escola Agrinho - Duas categorias do Concurso valorizam diretamente o envolvimento da comunidade nas ações do Programa: Município Agrinho e Escola Agrinho. Nos dois casos, os selecionados são premiados com aparelhos de TV, DVD ou computadores que são utilizados nas escolas.
Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba, conquistou o primeiro lugar como Município Agrinho. A coordenadora do ensino fundamental da Secretaria Municipal de Educação, Eliane Maria de Oliveira Andrade, relatou o desafio de se fazer uma escola prazerosa, com profissionais comprometidos com o processo educacional e efetiva parceria com a família num ambiente de baixo percentual de acompanhamento familiar e estimulação cultural. "Nessa perspectiva, pode-se dizer que o Agrinho vem somar conosco na luta pelo alcance dessas metas. Entre todos os projetos executados mediante parcerias com outras instiuições e instâncias, é com certeza o de maior adesão por parte dos professores", disse.
Eliane explicou que as ações relacionadas ao Agrinho abrangeram diversos campos da educação: saúde, esporte, cultura, relações com a comunidade. "Um exemplo foi um projeto de troca de lixo por livros, que teve início dentro da sala de aula a partir de uma proposta de alfabetização, e acabou mobilizando toda a comunidade de um bairro", lembrou.
O município de Ribeirão Claro foi premiado em nove dos 12 anos de existência do Programa Agrinho. E, neste ano, ficou com a segunda colocação na categoria Município Agrinho. Para a secretária de Educação de Ribeirão Claro, Giovana Aparecida Cornélio, esse sucesso é justificado pela paixão e pelo envolvimento de todos pelo Programa. De acordo com Giovana, a iniciativa proporcionou aos gestores municipais conhecer melhor a realidade deles. "Com o apoio e a intervenção da comunidade, eles puderam melhorar a realidade local", disse.
O terceiro lugar ficou com o município de Itambaracá. A secretária municipal de educação, Demilce Rosseti do Carmo, destacou que, pelo menos, 40% da população do município vive na zona rural. O tema trabalhado por Itambaracá foi saúde e qualidade de vida, envolvendo estudantes, pais e órgãos municipais numa série de atividades nas áreas de prevenção a doenças e prestação de serviços à comunidade. "As crianças ficam tão empolgadas com o Programa que, naturalmente, envolvem pais e amigos. Aprendem de maneira diferenciada", afirmou.