Agricultores poderão receber um incentivo econômico para que protejam o meio ambiente. É o que indica o relatório anual da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) - "The State of Food and Agriculture", publicado na semana passada. No documento, a iniciativa em benefício do produtor rural ainda é justificada pela necessidade de enfrentar os crescentes problemas relacionados a mudanças climáticas, perdas de biodiversidade e falta de água.
No cenário atual, o crescimento populacional, o rápido desenvolvimento econômico, a pressão pela demanda de biocombustíveis e as alterações climáticas colocam os recursos ambientais sob pressão em todo o mundo. Um exemplo é a necessidade de se produzir alimento para uma população mundial que, segundo previsões, aumentará de seis para nove bilhões até 2050.
De acordo com o relatório, a atividade agropecuária, voltada para atender a demanda da produção de alimentos e biocombustíveis, explora 5 bilhões de hectares de uma superfície total de 13 bilhões de hectares. Essa situação influi diretamente na conservação dos recursos naturais. A atividade é sustentada por mais de dois bilhões de pessoas, que dependem diretamente dela. Por isso, de acordo com o relatório da FAO, o incentivo econômico torna-se essencial para os produtores.
Dentro do conceito de serviços ambientais, com que os agricultores podem contribuir para a sociedade, estão o sequestro de carbono, o fornecimento de água potável e a conservação da biodiversidade.
O pagamento por serviços ambientais é uma ferramenta que incentiva a adoção de práticas agrícolas sustentáveis e conservacionistas, como também, pode servir para compensar a poluição gerada por outros segmentos da sociedade.