Durante o evento “Suíno, Sabor e Saúde - Semana da Suinocultura Paranaense”, que aconteceu entre os dias 06 e 11 de novembro no Mercado Municipal de Curitiba, ficou evidente a necessidade de haver uma maior divulgação da carne suína junto ao consumidor.
Entre os consumidores que visitaram os estandes de empresas que atuam no segmento, onde conheceram lançamentos de produtos e puderam provar novidades, foi unânime a conclusão de que é preciso investir mais em publicidade para que a carne suína esteja mais presente na mesa dos brasileiros.
A professora Nilce Feitosa, do município de Tamboara, enfatizou que o aumento do consumo da carne suína está diretamente ligado a uma maior divulgação dos avanços em questões sanitárias. “Acho que é preciso reforçar, junto à população, sobre o avanço que temos tido no que se refere às questões sanitárias no Brasil. Muitos não sabem disso. Falta informação. Os meios de comunicação têm que divulgar mais sobre sanidade e questões relacionadas à nutrição”, comentou.
Para a professora, a informação ajuda a eliminar preconceitos. “Tudo é uma questão de cultura. Precisamos quebrar paradigmas”, disse ao lembrar que o alto consumo de carne suína, entre os membros de sua família, tem uma razão de ser. “Somos mineiros. Na casa da minha mãe, por exemplo, comemos carne suína, pelo menos, quatro vezes na semana”, comemorou.
A publicitária Tânia Tchay-koski também destacou a questão cultural como um fator que influencia o consumo do alimento e determina a atitude do consumidor na escolha do que levar para casa. “Como nasci na zona rural, sempre procuro saber a procedência do animal, saber que não há perigo. Um frigorífico hoje, com a vigilância sanitária em cima, oferece um produto com segurança”, avaliou.
Ao ressaltar o alto consumo de carne suína entre os vizinhos da América do Sul, como argentinos e uruguaios, a publicitária informou que prepara pratos à base do alimento, pelo menos, uma vez por semana. “Dou preferência às partes mais magras do suíno. Quando compro pernil, já compro em rodelas, que trazem gordura em torno delas. Elas derretem e a carne fica mais saborosa”, disse.
De olho nas receitas oferecidas nos estandes das empresas que participaram do evento em prol da suinocultura do Paraná, a professora Marilis Schinzel justificou seu interesse por novidades e a preferência por pratos tradicionais.
“Estou pegando receitas para experimentar coisas novas. Faço carne de porco, pelo menos, uma vez por semana. Adoro pururuca e lombo com abacaxi. Também faço pernil assado. Uma peça inteira na panela. Procuro comprar partes da carne com menos gordura. Se bem que amo uma pururuca”, informou.
O guarda municipal, Carlos da Cruz, também acha que falta uma maior divulgação da carne suína junto aos consumidores brasileiros. Eventos como esse são importantes para divulgar o produto”, disse.
Como estudante do segundo ano de comércio exterior, Cruz arriscou um palpite. “Enquanto consumidores, precisamos ter maior acesso a esses produtos, com preços mais atraentes. Quanto maior for a oferta, maior a tendência de redução do preço”, disse.
Cruz também demonstrou confiança quanto à qualidade dos alimentos existentes no mercado. “Acredito que, a partir do que é oferecido ao consumidor, existe todo um trabalho por trás que assegura a qualidade do produto. Isso é segurança alimentar. Relacionar a falta de higiene à carne suína é uma coisa de antigamente, um mito”, afirmou.
Consumo – Durante o evento, o presidente da Suinosul, Carlos Francisco Geesdorf, reconheceu que o consumo de carne suína no Brasil ainda está bem abaixo do esperado pelo segmento.
“Muitos dizem que adoram carne suína, mas a consomem uma vez por semana. E nem lembra quando consumiu da última vez. Por isso, a publicidade é fundamental para que mais pessoas consumam carne suína”, comentou.
Segundo Geesdorf, no País, a média de carne suína consumida é de 12 quilos por habitante por ano. Especificamente na Região Sul, o consumo médio é de 20 quilos por habitante por ano. Já a média européia é de 45 quilos por habitante por ano. “Na Dinamarca, consome-se 85 quilos por habitante por ano. É uma diferença brutal”, disse.
Saúde – A carne suína deveria ser mais consumida pelas crianças. A dica é do presidente da Suinosul. Segundo ele, por meio da entidade e da Asssociação Paranaense de Suinocultores (APS), já foi incluída a carne suína na merenda escolar de escolas públicas em alguns municípios do estado, como Dois Vizinhos, Capitão Leônidas Marques e Francisco Beltrão.
“Precisamos formar consumidores de carne suína do futuro. Esse alimento tem um teor de ferro elevado, o que ajuda a combater a anemia. Além do teor de proteína, que combate a desnutrição. Todos os hipertensos deveriam comer carne suína porque ela tem teor baixo de sódio e um teor alto de potássio. Assim, o consumidor consome menos sal. Por isso, é indicada aos hipertensos”, explicou.
Parceria - O evento que visou promover a carne suína produzida no Paraná foi uma parceria entre a prefeitura de Curitiba, Sistema FAEP, Associação Paranaense de Suinocultores (APS), Suinosul, Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e empresas do setor, como Frimesa, Bizinelli e Monte Bello.
Para o presidente da Suinosul, a iniciativa serviu para mostrar a qualidade dos produtos oferecidos pela suinocultura do estado. “Quem veio pôde conhecer novos pratos à base de carne suína. Como também, a vontade do consumidor, ou seja, quais os produtos que ele espera ter a sua disposição no mercado”, comentou Geesdorf.
Durante o evento, Geesdorf agradeceu à FAEP e à prefeitura de Curitiba por serem parceiras nesse projeto. “Espero que, no futuro, continuemos juntos em outros eventos. Quanto mais gente envolvida, melhor”, concluiu.