Por todo o Paraná os Sindicatos Rurais fazem planos, estabelecem metas e se dedicam a aperfeiçoar a qualidade dos serviços oferecidos aos produtores. E já surgem os primeiros frutos do Programa de Desenvolvimento Sindical, concebido pela FAEP e SENAR, em parceria com o SEBRAE, para motivar a modernização e o empreendedorismo nos sindicatos rurais do Paraná.
Em Tibagi, nos Campos Gerais, o sindicato se prepara para oferecer um Programa de Saúde Ocupacional voltado aos trabalhadores dos associados. Em Toledo, foi criado o Centro de Agronegócios e Mercado Futuro: a prefeitura paga dois estagiários do curso de Agronegócio da Faculdade Sul Brasil que, dentro do sindicato, fazem um boletim diário orientando os produtores sobre as cotações do mercado agrícola e previsão do tempo.
Em Ribeirão Claro, foram adquiridos novos computadores e buscam-se convênios de descontos com médicos, dentistas e laboratórios. Em Icaraíma, um folder explica a missão e a visão do sindicato, além do rol de serviços disponíveis aos produtores. No Núcleo de Sindicatos Rurais de Entre Rios, as diretorias decidiram unir forças e propor à Unimed a criação de um plano de saúde com valores especiais para os produtores sindicalizados.
Esses são apenas alguns exemplos de modernização do sindicalismo rural paranaense, fruto do Programa de Desenvolvimento Sindical. A tônica é a busca permanente por melhores serviços e benefícios, aumentando o número de associados. O programa começou no ano passado com grandes fóruns regionais que conclamaram à modernização.
Foram feitas visitas e diagnósticos individuais em uma centena de sindicatos rurais. Em reuniões com especialistas em gestão, apontaram-se os pontos fortes e fracos, as oportunidades e as dificuldades na vida de cada sindicato. Passaram por treinamento de Desenvolvimento de Lideranças Sindicais, em Curitiba, desde os dirigentes mais antigos até os funcionários recém contratados. Cada sindicato fez um plano estratégico, estabelecendo metas para liderar em sua comunidade o desenvolvimento sustentável, aprimorar a qualidade dos serviços aos produtores e formar uma base sólida de associados.
O coordenador do Programa de Desenvolvimento Sindical e diretor-secretário da FAEP, Livaldo Gemin, diz que está havendo uma mudança de mentalidade nos sindicatos. "A idéia é sempre atuar em cima de um planejamento estratégico e de metas. O sindicato rural tem de ser um agente do desenvolvimento do município, com ação cidadã integrada às outras organizações locais, sejam públicas ou privadas".
"A força está na participação, e da participação surgem as transformações", diz Wesley Borges, do Departamento Sindical da FAEP. Ele lembra que o governo quer reformar a legislação sindical e que, independentemente de eventuais mudanças, "sindicato bom é sindicato atuante, representativo, com uma forte base de associados e que oferece serviços em sintonia com as necessidades dos produtores".
O produtor Antônio Porfírio Pereira, de 47 anos, é um freqüentador assíduo das reuniões do Sindicato Rural de Tuneiras do Oeste, fundado há apenas cinco anos. "Antes eu não dava valor para a representação de classe, achava que não compensava nem pagar a Contribuição Sindical. Hoje sou associado ao sindicato e é ali que faço a folha de pagamento dos funcionários, busco informações sobre como proceder na renegociação de dívidas e fico ao par da movimentação político-econômica dos agricultores", diz o proprietário da Fazenda Sol Nascente.