O supervisor da Regional Norte Pioneiro do SENAR-PR, Josiel Nascimento, informou que 35% do público presente no Encontro de Jovens Rurais já tinha participado do JAA. Coube ao SENAR-PR mobilizar os jovens rurais de cada município da região para que pudessem participar do Encontro. Para participar desse evento, cada jovem precisava estar cadastrado em seu sindicato rural, explicou.
Já a engenheira
agrônoma Carla Cristina Jaremtchuk, que atua como instrutora do JAA e
presta serviços ao SENAR-Pr, enfatizou que, ao mostrar a importância da
agricultura, o Programa ressalta a necessidade do produtor rural
melhorar a sua eficiência nas atividades que realiza no
campo. Muitas vezes, o produtor não sabe como
melhorar a sua atividade. Por isso, os jovens sendo
capacitados e aprendendo a administrar a propriedade, conseguem essa
melhora, afirmou.
A prestadora de serviços ao SENAR-PR também lembrou que muitos jovens, ao iniciarem o JAA, demonstram que têm interesse em deixar o campo e ir para a cidade. Mas, durante o curso, eles mudam de idéia. Passam a ter mais interesse pela zona rural. Eles também são informados da importância de serem empreendedores rurais, explicou.
A estudante Joana Mari dos Santos (17), de São José da Boa Vista, vive na propriedade rural com a família. Dedicam-se, principalmente, à pecuária leiteira. Mari já participou do JAA. Segundo ela, o Programa mostrou o quanto é importante que os jovens permaneçam na zona rural.
Desde criança, vivo no campo. Só saí para estudar. Mas, pretendo voltar para a zona rural. O curso também me ajudou a tirar dúvidas sobre o que deveria fazer no futuro. Hoje, sei que quero prestar vestibular para medicina veterinária. Também quero, um dia, ter meu próprio negócio no campo, disse.
O estudante Rafael de Araújo Gonçalves (18) lembrou que, ao participar do JAA, sua vida mudou. Antes, não estava nem aí com nada. Trabalhava, mas sem vontade. E também não gostava de estudar, contou. Segundo o estudante, a iniciativa do SENAR-PR possibilitou que ele melhorasse as amizades e o seu rendimento na escola. Meu interesse pela agricultura também cresceu. Tanto que espero que sejam realizados mais cursos e eventos como o de hoje. Tendo oportunidade, farei todos, disse.
Já o estudante Amauri Garcia de Carvalho (19), de São José da Boa Vista, informou que o JAA o incentivou a crescer ainda mais na atividade que desenvolve. Começamos a aprender técnicas que nos ajudam a melhorar em nossa atividade e, ao mesmo tempo, a buscar mercados para o que produzimos, disse. Amauri dedica-se à produção de leite na propriedade em que vive com a família.
Fizemos várias visitas a pequenas propriedades rurais, consideras modelos. Pudemos ver que pequenos produtores podem se tornar grandes. Tudo é possível! Desde que se tenha as informações corretas, afirmou.
Para Amauri, a falta de capital é o maior entrave para crescer na agricultura. As linhas do Pronaf ajudam muito. Só não melhora, quem não quer. A condição é dada, mas o produtor tem que querer crescer”, disse.
O estudante também informou que, após participar do JAA, conseguiu emprego. Antes, eu dependia só da propriedade. Hoje, atém de trabalhar no sítio, também sou fiscal de uma associação de produtores de leite. Amauri explicou que o seu trabalho é medir a quantidade de leite existente nos tanques dos produtores que fornecem o alimento à associação. Após o trabalho na associação, vou para o sítio, onde ajudo meu pai. No final de semana, dedico-me apenas a nossa propriedade, contou.
O estudante Felipe Carlos Rodrigues (16) disse que participou do JAA em 2005. Aprendi muito com o curso. Hoje, sei até medir uma área para produção, comentou. Morador do município de Congonhas, Felipe ajuda a família no cultivo de verduras e na produção de leite. Ele fez questão de afirmar que pretende permanecer na zona rural. Um dia, quero ser engenheiro agrônomo ou médico veterinário. Sou do campo e quero manter esse vínculo com ele, afirmou.
Já o estudante Rafael Basso (16), também de Congonhas, lembrou que o JAA possibilitou o aprendizado de técnicas que conhecia. O que aprendi, coloquei em prática, afirmou. Segundo ele, o que aprendeu pôde melhorar a pastagem, a adubação e a higiene do leite produzido na propriedade da família.
Aprender a planejar foi o que conseguiu o estudante Geovane Faria Silva (17), de Tomazina. Antes, a gente comprava os insumos, mas errava na quantidade. Não sabíamos o que era certo ou errado, disse. Segundo ele, seus pais não tiveram a oportunidade de aprender que, atualmente, ele tem. Então, também posso ensiná-los. Geovane também contou que, após o JAA, decidiu freqüentar o colégio agrícola de Cambará. No futuro, quero ser médico veterinário. Acho que o colégio agrícola é mais um importante passo para o ensino superior, concluiu.