A média de público registrada na semana do Festival da Carne Caprina, entre os dias 20 e 27 de outubro, no restaurante-escola do Senac, em Curitiba, foi superior a dos festivais da tilápia e da carne suína, também realizados este ano. Atraídos pela curiosidade ou fama da carne caprina, o retorno obtido junto aos freqüentadores do restaurante foi extremamente positivo, na análise de Oliver Sturn, instrutor chefe de cozinha do SENAC. Noventa por cento das avaliações e sugestões recebidas são bastante satisfatórias, o que é muito bom para a equipe que trabalha porque é sinal de que nosso trabalho está agradando, disse.
Aperfeiçoamento no processo de qualificação profissional é um dos objetivos dos festivais gastronômicos promovidos em parceria entre Senac, FAEP e SENAR-PR. Nos dias que antecedem o evento, o SENAR-PR disponibiliza cursos para as equipes de cozinheiros e garçons alunos do Senac. O diretor-regional do Senac, Vitor Monastier, ressalta dois aspectos importantes dos festivais: O primeiro é dar visibilidade ao que é produzido no estado e o segundo, como Senac, é mais uma oportunidade que oferecemos aos nossos alunos que estão sendo preparados para o mercado de trabalho.
Além da divulgação da cadeia produtiva, os festivais permitem a aproximação entre fornecedores e compradores. Por trás desse evento existe um sistema de negociação que aproxima os elos da cadeia. Nosso interesse é voltado à proteção e ajuda daqueles que produzem e comercializam, afirmou Darci Piana, presidente da Fecomércio. O Encontro de Negócios, realizado no dia 25 de outubro, reuniu 10 empresas fornecedoras (associações e cooperativas) e 20 empresas potenciais compradoras.
De acordo com dados da Associação dos Caprinocultores do Paraná (Capripar), o rebanho paranaense é de 80 mil caprinos, dos quais 32 mil estão localizados na região sudoeste do estado. O diretor-secretário da FAEP, Livaldo Gemin, destacou alguns diferenciais que contribuem para o avanço da atividade: A caprinocultura vem ganhando a atenção dos produtores pela fácil assimilação do ciclo de produção dos cabritos ,pelo fato da área exigida pela atividade ser bem inferior ao da bovinocultura de corte e leite, pelo emprego de mão-de-obra familiar e possibilidade de renda alternativa para a família rural sem interferir em atividades já existentes na propriedade, sem falar do preço atraente da venda dos animais.
Para o presidente da Capripar, Aryzone Mendes Araújo, o desenvolvimento da atividade se dá em bases sólidas no Estado. A qualificação faz a diferença. O produtor de cabrito do Paraná tem base graças ao trabalho conjunto que vem sendo desenvolvido pelo sistema sindical, comenta Araújo, se referindo a ações que envolveram FAEP, SENAR-PR e sindicatos rurais na região sudoeste e que agora vem sendo adotado como modelo para a expansão da cadeia para outras regiões.
O superintendente do SENAR-PR, Ronei Volpi, lembra que em nos últimos três anos foram feitos mais de 170 cursos na área de caprinocultura, qualificando perto de três mil pessoas no estado. Dentro do setor primário, o SENAR está promovendo a capacitação tecnológica e gerencial dos produtores rurais. No lançamento do Festival Gastronômico da Carne Caprina foi assinado um termo de cooperação que estabelece o compromisso entre Sebrae, Capripar, Seab, FAEP, SENAR-PR, Fecomércio e Senac para a realização de um estudo de oportunidades para a caprinocultura no estado do Paraná.