A contratação de seguro rural em 2007 chega a R$ 32 milhões e supera o valor contratado em todo o ano de 2006. Segundo o diretor do Departamento de Gestão de Risco Rural do Ministério da Agricultura, Welington Soares de Almeida, embora o início das contratações, nesta safra de verão, tenha atrasado em razão da falta de chuva, o fim da estiagem em algumas regiões produtoras já reflete no aumento diário das contratações. "Fizemos um levantamento junto às seguradoras e a perspectiva para este ano é de que sejam aplicados os R$ 99,5 milhões disponibilizados para a subvenção", afirma.
O diretor observa que a aplicação do volume total da subvenção disponibilizado, beneficiará 50 mil produtores e tem potencial para assegurar R$ 9 bilhões de capital, garantindo a cobertura a 5 milhões de hectares, ou seja, 8% da área explorada com culturas anuais e permanentes, no Brasil. No ano passado, foram aplicados R$ 31,1 milhões em subvenção, o que garantiu R$ 2,9 bilhões de capital e propiciou a cobertura de uma área de 1,5 milhão de hectares. Somente o Paraná representou 47,6% de toda a subvenção paga em prêmio e foi responsável por 72% da importância segurada. De cada dez apólices emitidas no Brasil, sete foram contratadas no Paraná.
Um dos fatores para a melhora na contratação em 2007 foi a inclusão do trigo e de estados da federação, que em 2006 não contaram com o seguro. Porém, o principal fator para o aumento foi a melhora nas condições de contratação. Na Aliança do Brasil, do grupo Banco do Brasil, os produtores de grãos de soja e milho do Paraná já contrataram 8.770 seguros para um volume de R$ 680milhões, contra 13.697 seguros e R$970 milhões do ano passado.
A perspectiva é de que o volume contratado em 2006 seja superado, pois no ano passado o seguro do milho foi oferecido em apenas 90 municípios paranaenses e este ano todas as regiões produtoras de milho e soja contam com o seguro.
Para o economista da FAEP, Pedro Loyola, o modelo de seguro rural ainda não atende a demanda dos produtores, pois não beneficia aqueles que utilizam tecnologia de ponta e obtém produtividade acima da média do município. O atual seguro só cobre o custo de produção em alguns municípios. Os produtores precisam também de um seguro que de cobertura para a renda. O seguro rural só vai avançar quando for mudado o cálculo de produtividade máxima por município para produtividade individual de cada produtor disse.
Outra alternativa seria o IBGE e o DERAL/SEAB/PR alterarem o cálculo da média de produtividade dos municípios, levando em consideração as faixas de produtividade conforme a tecnologia utilizada pelos agricultores, que poderia ser simplificada em baixa, média e alta.
Além disso, Loyola considera que é fundamental o governo implementar com urgência o Fundo de Catástrofe. Isso tornaria o segmento mais atrativo para as resseguradoras e aumentaria a competitividade entre as seguradoras, reduzindo o prêmio do seguro para o produtor, conclui.