Começará no Paraná a vacinação contra a febre aftosa no dia 1º de novembro e vai se estender até o dia 20. É a segunda etapa, deste ano, da campanha de erradicação que coincide com a mesma data em 15 outros Estados da União. O objetivo é erradicar de uma vez por todas este flagelo não só no Brasil como em toda a América do Sul.
Todos estão perseguindo a imunização de100% dos rebanhos, manter este índice pelo menos por 4 etapas seguidas, para então almejar a suspensão da vacina. A glória, é atingir o reconhecimento como Estado livre de febre aftosa onde não se pratica a vacinação.
No entanto, para chegar a este ponto, temos ainda que terminar a nossa tarefa de casa. A tarefa ainda está a meio caminho. As estruturas do governo federal e estadual devem dotar-se de recursos humanos compatíveis com o tamanho do nosso agronegócio, o qual está assumindo a liderança mundial. Não simplesmente nomear um punhado de técnicos e exigir que controlem todo este mundo como se fosse a coisa mais simples.
Lógico que os recursos materiais devem acompanhar este crescimento, com injeção de verbas substanciais para manter aqueles técnicos em seus postos diuturnamente e tenham a sua disposição todos os meios de comunicação, transporte e demais necessidades para cumprir as suas funções.
O setor privado também está a meio caminho. Ele precisa se organizar. Principalmente o produtor rural. As cadeias produtivas precisam reforçar os seus elos, fazendo com que todos eles tenham a mesma força e importância.
Em resumo, necessitamos adotar de uma vez por todas a tão comentada tolerância zero que quando chega a tolerância em 50%, todos governos e setor privado acham que é o suficiente. Por isso, amargamos recentemente os focos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e no Paraná: a tolerância "mais ou menos" permitiu o retorno do vírus.
Iniciativas importantes, porém tímidas, aconteceram em nosso Estado com reuniões na segunda semana de outubro em regiões onde o índice de vacinação da etapa de maio foi baixo. Participaram a SEAB e a iniciativa privada através do FUNDEPEC, a FAEP, Associações Municipais, Conselhos Municipais de Sanidade (CSAs) e demais interessados no agronegócio.
O trabalho de reforço da vigilância sanitária nas fronteiras com a Argentina e Paraguai e divisas com os nossos Estados vizinhos, foi executado. Foi garantida a vacina para o rebanho das comunidades indígenas e animais de periferia de cidades.
Enfim, a meta é atingir o índice de 100% de vacinação em todo o Estado como obtiveram em maio as regiões de Apucarana, Cornélio Procópio, Jacarezinho, Londrina, Maringá e Santo Antonio da Platina.
Alexandre A Jacewicz
Médico Veterinário - Consultor de Pecuária