Produção de soja nos EUA será  
de 70,7 milhões de toneladas

O Brasil, segundo maior produtor mundial, de acordo
com o USDA, terá uma produção de 62 milhões de toneladas

Os números são do relatório de outubro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que reavaliou sua estimativa para a safra norte-americana 2007/08 em 70,7 milhões de toneladas, frente às 71,3 milhões de toneladas do relatório de setembro. Registrou uma redução de 500 mil toneladas. Conseqüentemente, segundo o relatório, a projeção mundial foi reavaliada para 220,9 milhões de toneladas, os estoque mundiais foram estimados em 50,7 milhões de toneladas e o consumo mundial projetado em 233,3 milhões de toneladas. A relação estoque final/ consumo é de 21,7%.

Com relação ao Brasil, segundo maior produtor mundial, o USDA  puxou para cima a produção de soja, estimando em 62 milhões de toneladas, cerca de 1 milhão a mais sobre a projeção de setembro (61 milhões de toneladas).  

As exportações brasileiras foram mantidas em 30,7 milhões de toneladas e  estoques finais  de 18,4 milhões de toneladas. As exportações do Brasil já representam 41% das exportações mundiais. Os Estados Unidos respondem por 35% e a Argentina por 14% das exportações mundiais.

Para a Argentina foram mantidas as projeções de setembro, à exceção do estoque final reajustado para 20,7 milhões de toneladas.  

As produções do Brasil e Argentina somam, juntas, 109 milhões de toneladas e correspondem a 49% da produção mundial prevista. Os Estados Unidos respondem por  32% do total mundial.

Os preços da soja assinalam tendência de permanecerem acima da média histórica, de US$ 13,23/saca de 60 kg, com previsão para a temporada 2007/08 entre US$ 17,31 a US$ 19,51/saca de 60 kg.  

Os preços do grão alcançaram o seu valor mais alto em setembro (27) de US$ 22,24/saca de 60 kg e vêm assinalando oscilações nas últimas semanas decorrentes da combinação de fatores como: retração nos preços do trigo refletiu  também sobre a soja; as condições climáticas no Brasil, com chuvas parciais e isoladas, provocando atraso no plantio de soja; valorização do dólar frente outras moedas e o avanço na colheita nos Estados Unidos, com cerca de 50% da nova safra já colhida. Importa ter presente que até o final da colheita norte-americana  e  do comportamento do plantio brasileiro - até o momento de acordo com Safras & Mercado somente 1% da área total prevista para a safra 2007/08 havia sido plantada até 11 de outubro -  as cotações em Chicago  estarão  sujeitas a  variações.

Milho - Produtividade média norte-americana safra
2007/08  prevista em 9.699 kg/ha

O USDA revisou para baixo a produtividade da safra norte-americana de milho na safra 2007/08, passando de 9.768 kg/hectares para 9.699 kg/hectares. Já a produção norte-americana foi reavaliada para cima, passando de 338,0  milhões de toneladas para 338,3 milhões de toneladas. O estoque final previsto é de 50,7 milhões de toneladas e consumo de 261,4 milhões de toneladas. A relação estoque final/consumo final é de 19,4%.

A produção mundial de milho foi projetada em  768,9 milhões de toneladas (menor do que o previsto em setembro = 774,1 milhões de toneladas), consumo final de 763,6 milhões de toneladas e estoque final de 110,4 milhões de toneladas.  Relação estoque final mundial/consumo mundial de 14,9%.

A China, segundo produtor mundial de milho, tem produção prevista em 143,0 milhões de toneladas, um volume três por cento menor (quatro milhões de toneladas) do apontado no relatório de setembro (147,0 milhões de toneladas).

Para a Argentina o relatório de outubro manteve  a produção anterior de 22,5 milhões de toneladas.  As exportações e o estoque final foram igualmente mantidos em 6,7 milhões de toneladas e 960 mil toneladas, respectivamente.

Para o Brasil, o USDA reajustou a estimativa de produção, passando de 51,0 milhões de toneladas para 50,0 milhões de toneladas.

Preços para março/08 e maio/08 de US$ 8,52/saca 60 kg e US$ 8,76/saca de 60 kg.

Na terça-feira, o novo recorde de preços do petróleo em torno de US$ 86/barril levou a mercado internacional a interpretar como um possível favorecimento do esmagamento de milho para etanol nos meses futuros.

Trigo - Estimativas menores para as safras
norte-americana e mundial

O relatório de outubro reduziu as projeções de produção mundial de trigo em 5,6 milhões de toneladas, passando de 606,2 milhões de toneladas para 600,6 milhões de toneladas, resultante dos problemas climáticos observados na América do Norte e na Europa (Estados Unidos, Austrália e União Européia). O consumo mundial tem estimativa de 616,2 milhões de toneladas, exportações de 105,6 milhões de toneladas e um estoque final menor, de 112,3 milhões de toneladas para 106,9 milhões de toneladas. Relação estoque final/consumo mundial de 17,3 %. O quadro de oferta e demanda mundial permanece ajustado.

Os Estados Unidos têm produção prevista em 56,2 milhões de toneladas contra  7,5 milhões do relatório de setembro; consumo interno de 31,3 milhões de toneladas; exportações de 31,3 milhões de toneladas e estoque final de 8,3 milhões de toneladas. Relação estoque final/consumo de  26,7%.

A Austrália teve sua produção revisada de 21,0 milhões de toneladas para 13,5 milhões de toneladas.

Para a Argentina o USDA reavaliou para cima a produção, passando de 14,0 milhões de toneladas para 14,5 milhões de toneladas, bem como as exportações que passaram de 9,0 milhões de toneladas para 9,5 milhões de toneladas.

Com relação ao mercado doméstico, são poucos os volumes comercializados; de acordo com Safras&Mercado, o tripé formado por: quedas sucessivas nas bolsas norte-americanas, notícias de entrada de trigo paraguaio e a valorização do real  dão sustentação à morosidade do mercado.  Os negócios ainda continuam de mão para boca.

Gilda Bozza

Economista - DTE / FAEP

Boletim Informativo nº 979, semana de 22 a 28 de outubro de 2007
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná
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