O diretor de logística da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Sílvio Porto, avalia que as medidas anunciadas pelo governo para baixar os custos da atividade agrícola têm tido pouco resultado prático. Segundo ele, com a última decisão de acabar com a Tarifa Externa Comum (TEC) para a importação de dois tipos de fertilizantes, tomada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) em agosto, não será sentida nos bolsos dos produtores, que começam a cultivar este mês a safra de grãos.
Em entrevista à Agência Estado no dia 1.º, Porto disse que o problema não é a TEC, mas sim a concentração do mercado brasileiro nas mãos de poucas empresas. Além da concentração interna, a alta dos preços dos principais produtos agrícolas no mercado externo incentiva o plantio em outros países, o que reduz a oferta mundial de fertilizantes.
Os preços dos fertilizantes subiram 19,7% entre julho de 2006 e de 2007, mostra levantamento da Conab. No Paraná e no Mato Grosso, importantes produtores de grãos, um tipo de fosfato subiu mais de 32%.
O ministro Reinhold Stephanes disse que uma das alternativas é incentivar a compra direta, ou seja, produtores e cooperativas comprariam fertilizantes e matéria-prima no mercado externo, sem depender das empresas que importam, fazem a mistura e revendem para os agricultores brasileiros. Outra alternativa é manter na lista de exceção na TEC todos os tipos de fertilizantes, disse ele.