Os Estados Unidos devem produzir 71,2 milhões de soja na safra 2007/08. É o que aponta o relatório de setembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre a oferta e a demanda mundiais. De acordo com o documento, a estimativa foi reajustada, já que o levantamento de agosto indicava uma produção de 71,4 milhões de toneladas.
A nova estimativa também aponta um corte no estoque final da soja, que ficou em 5,86 milhões de toneladas. Já as exportações norte-americanas estão estimadas em 26,5 milhões de toneladas. A relação estoque final/consumo é de 10,8%. Os novos atuais devem repercutir nas cotações do grão na Bolsa de Chicago.
Já a produção mundial está projetada em 221,3 milhões de toneladas, contra as 236,0 milhões de toneladas da safra passada. Um decréscimo de 14,7 milhões de toneladas. A estimativa indica que o consumo mundial do produto deverá ser de 233,9 milhões de toneladas. As exportações mundiais estão estimadas em 74,9 de toneladas. Enquanto que os estoques mundiais foram retificados para 50,3 milhões de toneladas contra 51,6 milhões de toneladas do relatório de agosto. Já a relação estoque/consumo mundial ficou em 21,5%.
Brasil . Em relação ao segundo maior produtor mundial de soja, o USDA prevê que a produção do Brasil, na safra 2007/08, será de 61,0 milhões de toneladas. O consumo permaneceu em 32,3 milhões de toneladas e as exportações passaram de 29,7 para 30,7 milhões de toneladas. De acordo com a nova estimativa do USDA, as exportações brasileiras do grão ultrapassam as norte-americanas. Com isso, o Brasil ocupa, novamente, a primeira posição de maior exportador mundial do produto. Já os estoques finais, no País, passaram de 17,6 milhões para 17,1 milhões de toneladas.
Argentina . Quanto à safra argentina, o relatório manteve a produção estimada em 47 milhões de toneladas de soja. As exportações ficaram em 10,2 milhões de toneladas e os estoques finais estão estimados em 21,5 milhões de toneladas. Entre os maiores produtores de soja, a Argentina é que pode ter um maior estoque final do produto. Vale ressaltar que os três principais produtores mundiais de soja detêm 88% do estoque final. Os Estados Unidos, o Brasil e a Argentina respondem, juntos, por 81% da produção mundial.
As projeções de preços para a safra 2007/08 sinalizam preço médio entre US$ 16,20/saca a US$ 18,40/saca. Isto significa um preço 45% superior ao verificado na safra 2006/07. Vale ressaltar que os três principais produtores mundiais de soja detêm 88% do estoque final.
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os contratos para novembro/08 foram negociados a US$ 20,69/saca de 60 kg. Já a posição de março tem cotação fixada em US$ 21,26/saca de 60 kg.
Com o objetivo de garantir melhor rentabilidade na safra 2007/08, é importante que os produtores utilizem mecanismos de proteção dos preços. Por isso, a FAEP trabalha para que os produtores intensifiquem o emprego dos mecanismos de Bolsa de Mercadorias e Futuros (BMF).
Na safra 2007/08, os Estados Unidos devem ter uma produção recorde de milho. De acordo com o USDA, o país deverá colher de 338,0 milhões de toneladas. A produção estimada no relatório de setembro está acima das 331,6 milhões de toneladas previstas em agosto. Já a produtividade média projetada é de 9.769 kg/ha.
Os estoques finais de milho dos Estados Unidos foram reavaliados e passaram de 38,5 milhões de toneladas para 42,5 milhões de toneladas. Um fator surpreendente foi o aumento da projeção para as exportações norte-americanas do grão, que saltaram de 54,6 milhões de toneladas para 57,1 milhões de toneladas.
Atualmente, a produção mundial de milho está prevista em 774,1 milhões de toneladas. No relatório de agosto, estava estimada em 771,5 milhões de toneladas. Os estoques finais também foram reajustados e passaram de 102,3 milhões de toneladas para 105,4 milhões de toneladas. Já o consumo mundial foi estimado em 769,6 milhões de toneladas. Assim, a relação estoque final/consumo mundial é de 13,7%.
Na Bolsa de Chicago, as operações para o milho iniciaram o pregão registrando perdas. Porém, o quadro registrou reversão e as cotações passaram a operar com preços mais altos. A posição dezembro/07 foi cotada em US$ 8,42/saca. Para março/2008, as cotações foram encerradas em US$ 8,81/saca de 60 kg.
Chama a atenção o fato de que os Estados Unidos plantaram mais milho do que em qualquer outra época. Isso, desde a Segunda Guerra Mundial. Acontece que os americanos plantaram uma quantidade superior à capacidade disponível de armazenamento. O que constitui um problema. De acordo com a Cooperativa West Central, de Ralston, no estado americano de Iowa, desde 2004, há uma necessidade de armazenamento em todo o setor.
De acordo com relatório de setembro do USDA, a produção mundial de trigo projetada para a safra 2007/08 é de 606,2 milhões de toneladas. Um número abaixo da estimativa de agosto, que foi de 610,4 milhões de toneladas. Essa projeção menor é resultado das reduções esperadas nas safras da Austrália, Canadá e União Européia.
O consumo mundial foi avaliado em 618,9 milhões de toneladas, o que revela um quadro mundial de oferta e demanda. Os estoques finais foram projetados em 112,3 milhões de toneladas. Já a relação estoque final/consumo mundial é de 18,1%.
Para a Austrália, os números
foram retificados para 21 milhões de toneladas, contra as 23 milhões de
toneladas do relatório de agosto. No Canadá, a estimativa de produção
passou de 21,5 milhões de toneladas para 20,3 milhões de toneladas e,
na União Européia, a estimativa caiu de 124,9 milhões de toneladas para
121,8 milhões de toneladas. Os preços na Bolsa de Chicago refletiram os
efeitos do relatório de setembro. Os contratos para dezembro encerraram
o pregão a US$ 18,99/saca de 60 kg.
Gilda Bozza
Economista - DTE / FAEP