Proteger hoje o preço na colheita. É assim que Alexandre Rosas,
assessor técnico do Banco do Brasil na área de agronegócio define a
importância do produtor rural trabalhar com mercado futuro. Ele é um
dos responsáveis pela formação de técnicos da FAEP e instrutores
do SENAR-PR para o curso que o Sistema FAEP está desenvolvendo em
parceria com o BB, que deverá estar disponível para produtores rurais a
partir de outubro. A primeira etapa aconteceu entre os dias 30 de
agosto e 1º de setembro, no Hotel Lizon, em Curitiba.
Na abertura, o diretor-financeiro da FAEP, João Luiz Rodrigues Biscaia, lembrou que há algum tempo que a FAEP percebeu a necessidade de investir na capacitação dos produtores rurais com o objetivo de prepará-los para utilizar ferramentas estratégicas na comercialização de seus produtos. “É um processo que teve início há uns dois anos, com palestras do Banco do Brasil e negociações nas salas do produtor instaladas nas sedes de sindicatos”, disse. Para Biscaia, o novo curso complementa a linha de trabalho da FAEP e SENAR-PR em termos de aperfeiçoamento do empresário rural, desde a qualificação técnica operacional, gestão, qualidade e liderança. “Para fechar esse quadro faltava tratar da comercialização dos produtos”.
Cézar de Col, gerente de mercado/agronegócio do Banco do Brasil, vai adiante e defende o mercado futuro não apenas como um mecanismo que o produtor rural deve conhecer e começar a usar como acredita que em pouco tempo será fato favorável para concessão de crédito: “Em um futuro próximo vamos dar preferência de crédito para quem tiver proteção. Essa é uma tendência de mercado. Talvez existam até taxas de juros diferenciadas para quem estiver protegido”, completa.
Durante os três dias de curso, técnicos e instrutores experimentaram e analisaram estratégias possíveis para tornar a linguagem acessível e o conteúdo interessante, visando a sensibilização dos produtores rurais: “É um curso que vai sensibilizar o produtor rural a abrir os olhos para a importância dessa ferramenta”, explica Regiane Hornung, técnica do SENAR-PR.
Alexandre Rosas acredita que atualmente menos de 1% dos agricultores operem em bolsa no Brasil. “A grande maioria espera a colheita para vender”, diz. A expectativa em levar este curso a campo é despertar o interesse de produtores para a ferramenta, estimular a reunião de grupos e iniciá-los na busca dessas informações. “Não se trata de substituir a venda na indústria, exportação ou cooperativa, mas sim complementar essas ações buscando a proteção do preço antecipadamente, antes da própria colheita da venda no mercado físico”.
Os instrutores que participaram da formação aguardam entusiasmados a possibilidade e levar o novo curso a campo. Para Lisandro José Cordeiro, as práticas esclarecem de modo simples a importância de se conhecer as ferramentas disponíveis. “A partir do conhecimento obtido, dos exercícios realizados e das discussões sobre a melhor forma de levar ao agropecuarista paranaense o conteúdo do curso, tenho certeza que poderemos esclarecer de forma simples e compreensível a qualquer pessoa que nunca tenha operado no mercado futuro”.
Mesmo antes do lançamento oficial do curso o instrutor Gumercindo Fernandes afirma que o tema já chama a atenção do público rural: “Já temos grupos de produtores interessados no curso , produtores que estão vindo do estoque de capital do Programa Empreendedor Rural , para quem este curso vai ser muito bom”.