Custos da pecuária aumentaram
6,59% no semestre, diz a CNA

No Paraná, Goiás e Minas Gerais os aumentos no COE (Custo Operacional Efetivo) já chegaram a 7% no semestre

Os custos operacionais totais da pecuária de corte brasileira, que incluem os gastos com formação de pastagens, depreciações e manutenção de máquinas, implementos e benfeitorias, já aumentaram 6,59% no primeiro semestre do ano, enquanto os custos operacionais efetivos chegaram a 6,18% de aumento de janeiro a junho.

Os dados, divulgados semana passada (22) pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), mostram que, embora a arroba do boi gordo tenha valorizado 5,47%, de janeiro a junho, não vem acompanhando os aumentos dos custos da atividade.

Para Antenor Nogueira, presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da CNA, “o balanço parcial do ano não é positivo”. Os aumentos acumulados dos custos efetivos beiram os 10% em São Paulo, percentual nunca registrado pela pesquisa CNA/Cepea-USP em um único semestre. Em Goiás, Minas Gerais e Paraná os aumentos no COE (Custo Operacional Efetivo) já chegaram a 7% no semestre. O segmento de máquinas e implementos agrícolas contribuiu para este cenário de custos altos com um forte aumento de 8,9% em junho, como conseqüência da alta do minério de ferro e a continuidade das vendas aquecidas, que aumentaram 45,6% no mesmo mês. O segmento acumulou reajustes de 2,27% no semestre.

A suplementação mineral, responsável por 19% do desembolso efetivo do pecuarista, na média Brasil, vem acumulando pequenas altas, somando 5,6% de reajustes de janeiro a junho. A expectativa é que, após as ondas de frio no Sul e Sudeste, o consumo de mineral aumente na seca, expandindo os gastos com o insumo.

Quanto ao bezerro, que serve de insumo para o pecuarista do sistema de recria-engorda, continuou valorizado em junho, registrando alta de 3,12% na média ponderada dos 10 Estados da pesquisa. As maiores altas ocorreram em Mato Grosso (12,6%), Goiás (6,2%) e Minas Gerais (5,3%). Os bons preços da safra 2007/2008 e a expansão das culturas voltadas à agroenergia poderão aquecer a demanda por adubos nitrogenados, com reflexos sobre seus preços. Até junho, houve discreta desvalorização de 0,27% destes insumos.

PASTAGENS X CONFINAMENTO

– As comparações internacionais do Agri Benchmark mostram que a alimentação dos animais é um dos maiores itens do custo da atividade pecuária nos países acompanhados pelo sistema. Enquanto os países do Hemisfério Norte baseiam a dieta dos animais em silagem e farelo de soja, os países do Hemisfério Sul, como o Brasil, usam as pastagens como base da alimentação dos rebanhos. A utilização de pastagens e o aumento da produtividade explicam os ganhos de competitividade da carne nacional. “Como os concorrentes do Brasil não possuem meios para superar essa vantagem, surgem as tentativas de restrição ao comércio da nossa carne”, justificou Antenor Nogueira.



Boletim Informativo nº 971, semana de 27 de agosto a 2 de setembro de 2007
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná
  • voltar