Depois de padecer por anos, vendendo o leite individualmente e negociando o preço “no grito”, de acordo com as palavras de Adriano Aparecido Sala, produtores de leite de nove municípios da região de Astorga, noroeste do Estado, decidiram se organizar. A Associação Regional dos Produtores de Leite (Arproleite), presidida por Adriano, reúne 110 produtores e tem quatro anos de fundação: “Nasceu quando estávamos no abismo. O produtor estava recebendo R$ 0,28 centavos por litro”.
A idéia, inicialmente, era organizar um protesto e chamar atenção para o problema, mas o grupo decidiu negociar preço melhor junto às empresas compradoras. Paralelamente, os produtores foram se organizando em reuniões periódicas que deram início a uma estratégia envolvendo logística, padronização do produto e qualidade.
Após algumas tentativas frustradas de negociação, a pressão deu resultado e os produtores conseguiram R$ 0,11 centavos de alta no litro do leite. A partir de abril de 2004, a Associação passou a fornecer leite para a Batavia, contrato que permanece até hoje. Outra conquista destacada por Adriano é que, desde então, a comercialização passou a ser feita com base nos índices do Conseleite Paraná, conselho paritário que reúne representantes das indústrias e produtores e divulga mensalmente um preço-referência para o leite.