Mercado futuro: é preciso conhecer
para aproveitar os melhores preços

Utilizar, exclusivamente, a estratégia de vender os produtos agrícolas logo após a colheita, no momento de maior oferta, traz riscos de venda da produção a preços não remuneradores.

Uma estratégia muito utilizada em países de agricultura desenvolvida como Estados Unidos e Europa para proteção dos preços dos produtos é a operação em Mercado Futuro, ainda muito pouco conhecida no Brasil.

O que é mercado futuro?

O mercado futuro de produtos agropecuários é uma forma de garantia contra variações indesejáveis de preços, por meio de uma operação de hedge – ato de buscar a proteção de preço no futuro.

No mercado futuro, não se negocia mercadorias mas contratos de produtos agropecuários com preços fixados para uma data futura. As negociações no Brasil ocorrem na Bolsa de Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&F).

Situação – Imagine uma situação em que, de um lado, um produtor de soja tem receio que o preço caia na época de vender a produção. Do outro, uma empresa, que firmou contratos de exportação e precisa comprar o produto, teme uma alta do preço até o momento do embarque da soja
Tanto o produtor como a empresa exportadora são chamados de hedgers. E, para se proteger, cada um deles procurará uma corretora para se credenciar junto a BM& F e fazer uma operação de hedge. O produtor dará uma ordem de venda de contratos futuros de soja e atuará como vendedor; já a empresa exportadora emitirá uma ordem de compra de contratos, atuando como comprador.

Funcionamento - Ao fazer o hedge, tanto o produtor como a exportadora eliminam o risco de perder dinheiro com a variação indesejável no preço.

Suponha que o preço considerado ideal para ambos seja US$ 14,00/saca. O produtor entrará na BM&F vendendo contratos de soja e a indústria entrará comprando.
A partir desse momento, ambos estão sujeitos a enfrentar duas situações: queda ou alta de preço da soja. Analisando a operação apenas no ponto-de-vista do produtor:

- se o preço da soja começa a cair, o produtor perde no mercado físico porque seu produto valerá menos na lavoura ou no armazém, isso, se o produto já foi colhido. Mas, essa perda será compensada por um ganho na Bolsa;

- se o preço subir, ele perderá na Bolsa. Mas essa perda é compensada com o ganho no físico.

Os ganhos na Bolsa compensam as perdas no mercado físico. E as perdas na Bolsa são compensadas pelos ganhos do mercado físico. Assim, o produtor garante, com certeza, o preço desejado para seu produto.

Boletim Informativo nº 970, semana de 20 a 26 de agosto de 2007
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná
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