“O aluno não pode mais ser mero observador do que acontece na sala de aula”, diz a técnica do SENAR-PR, Josimeri Grein, explicando que a preocupação do Programa Agrinho tem sido levar aos professores alternativas metodológicas para a abordagem dos temas transversais (Meio ambiente, Saúde, Trabalho e consumo, Ética, Pluralidade cultural, Temas locais e Educação sexual): “Após onze anos enfatizando os temas transversais, o SENAR-PR sentiu a necessidade de avançar e mostrar aos professores como esses conteúdos podem ser trabalhados com os alunos para uma melhor aprendizagem, estimulando a criatividade e fazendo da sala de aula um ambiente mais interativo”.
Este mês acontecem as últimas palestras instrucionais para professores das redes pública e particular de ensino. Os 33 instrutores capacitados no início do ano estão trabalhando como multiplicadores da proposta do Programa junto aos professores, em eventos onde demonstram alguns dos recursos que podem ser utilizados com os alunos. Contar com estudantes bem preparados implica em, antes, preparar bem os professores. Este ano, até agora, foram realizadas perto de 500 palestras no Paraná, com a participação de mais de 15 mil professores, onde a questão principal é “como prender o interesse dos alunos em temas tão relevantes”?
Tomando como exemplo o acúmulo de lixo, problema comum a qualquer cidadão, contextualizar a situação mostrando a poluição que isto causa no rio que passa próximo à escola, é válido, mas não é tudo. Mais do que isso, é preciso que o professor e alunos trabalhem com informações pertinentes de maneira a entender a extensão do problema. “Neste caso, para citar apenas um dos recursos, o professor pode usar a mídia e, através de documentários, discutir o desperdício de comida e a fome, o descarte inadequado de materiais recicláveis, as doenças causadas pela destinação errada do lixo, seus direitos e deveres como cidadãos, entre outros”, exemplifica Grein.
O instrutor Luciano Ferreira Soares diz que costuma iniciar seu trabalho com os professores da seguinte maneira: “O dia é um convite para quebrarmos alguns paradigmas da educação, entre eles a pedagogia da transmissão, do falar e escutar”. Na avaliação dele há muito o que fazer para mudar o conceito tradicional de sala de aula, mas “o bom é que grande parte das pessoas que formam a escola estão dispostas a fazer um bom trabalho”. Ele mesmo destaca o trabalho dos municípios de Jaguapitã e Porecatu. Para o instrutor Claudinei Alves, o primeiro desafio é tornar a sala de aula um ambiente mais atrativo. “Há professores que já têm algumas experiências com metodologias diferenciadas, assim como há municípios, como Assis Chateaubriand que estão investindo muito nessa nova proposta”.
Concurso – Nos próximos meses, as escolas trabalharão no desenvolvimento de projetos de experiência pedagógica, redações e desenhos. Os trabalhos devem ser enviados para avaliação até o dia 1º de outubro e todos aqueles que estiverem em acordo com as normas do regulamento receberão um certificado de participação no Concurso Agrinho 2007. A avaliação dos trabalhos acontece no período entre 15 de outubro e 1º de novembro, com os resultados publicados no site do SENAR-PR (www.senarpr.org.br) a partir de 6 de novembro. O encerramento anual do Programa acontece em cerimônia marcada para 26 de novembro, em Curitiba.