Viagem Técnica

Nos EUA, produtores paranaenses
conhecem avanços da biotecnologia

Enquanto o Brasil dá os primeiros passos no uso da biotecnologia, e o tema é cercado de polêmicas estéreis e discursos político-ideológicos, nos Estados Unidos a modificação genética revoluciona as perspectivas para a agricultura, com aumento de produtividade, plantas menos susceptíveis a pragas e doenças e meio ambiente mais protegido.

Essa é a impressão de um grupo de produtores rurais e técnicos do Sistema FAEP, em viagem de trabalho aos Estados Unidos e Canadá, de 11 a 21 de agosto. O grupo de 32 brasileiros já visitou o Centro de Pesquisas da Monsanto em Chesterfield, no estado do Missouri, a matriz da Pioneer em Johnston, no estado de Iowa, e o Centro de Pesquisas em Agronomia da Monsanto em Monmouth, no estado de Illinois.

Durante as visitas, o diretor-financeiro da FAEP, João Luiz Rodrigues Biscaia, destacou a oportunidade que agricultores e técnicos têm de conhecer as novas tecnologias em desenvolvimento para aumentar a produtividade das lavouras. “Ao ver e observar esses avanços, nossos produtores podem assimilá-los melhor. O produtor do Paraná só tem a ganhar com esse conhecimento”, disse Biscaia.

De acordo com o produtor Ivo Polo, vice-presidente do Sindicato Rural de Pato Branco, nos ensaios de milho “pudemos verificar três genes, de uma mesma planta, que são resistentes ao glifosato, à larva-arame e à lagarta da folha. Também conhecemos alternativas que levam a um menor uso de inseticida e herbicida. Com isso, poluem menos o meio-ambiente. Segundo ele, aspectos políticos e ideológicos estão atrasando o avanço da agricultura moderna no Brasil – “Só perdemos com essas posturas”, diz.

Em desvantagem. Ao considerar os efeitos que o atraso tecnológico traz sobre o setor agropecúario nacional, o produtor Ivo Polo comparou o custo de produção do País com o dos Estados Unidos. “O nosso custo para produzir milho é bem mais alto. No Brasil, a semente de milho custa R$ 210,00 por hectare. Nos Estados Unidos este custo cai para R$ 150,00 por hectare”, disse.

Outro fator que chamou atenção foi o apoio que os órgãos de pesquisa dos EUA recebem dos governos federal e estadual. “Aqui, essas entidades têm o apoio financeiro que precisam. Enquanto que, no Brasil, isso deixa a desejar”, concluiu.

Boletim Informativo nº 970, semana de 20 a 26 de agosto de 2007
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná
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