O incremento dos negócios foi a marca da Agroleite 2007,
principal evento da pecuária leiteira do País, realizado
na semana passada em Castro. Antes da abertura da feira, as
estatísticas já sinalizavam um resultado positivo para os
produtores da bacia leiteira: “Este ano está faltando
animal. Só no primeiro semestre já foram vendidos mil
animais, que é a média anual”, disse o
coordenador-geral da Agroleite, José Hilton Prata Ribeiro.
A expectativa era de um público de 50 mil pessoas e um volume de
negócios de R$ 8,5 milhões, entre aquisição
de animais, equipamentos e fechamento de prestação de
serviços, com abrangência nacional.
Durante os cinco dias do evento, de 14 a 18 de agosto, 90 criadores
expuseram 700 animais das raças holandesa, jersey,
pardo-suíça e simental. Neste ano, destaque para
pesquisas e serviços no campo experimental, como métodos
de pastagens e seu melhor aproveitamento. Em um só local o
visitante encontrou novidades tecnológicas de 110 empresas,
informações e técnicas sobre
nutrição animal, produtos veterinários e
equipamentos para ordenha, entre outros.
“O principal objetivo da Agroleite é mostrar para todo o
país que a melhor bacia leiteira ainda é em Castro.
Estamos sempre participando em outras regiões, como
Ceará, Pernambuco, Bahia, São Paulo, Minas Gerais,
Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, levando gado. Quando
querem comprar matriz de qualidade, procuram Castro”, afirma
José Hilton Prata Ribeiro.
Além de ter o apoio da FAEP, a Agroleite contou, mais uma vez,
com um estande do SENAR-PR, onde foram divulgados serviços e
cursos para qualificação rural e sustentabilidade no
campo.
Com uma produção estimada em 2,6 bilhões de litros
produzidas em 2006, o Estado já disputa com Goiás a
segunda colocação no ranking nacional de
produção de leite.
O Paraná responde por 10,3% da produção nacional e, Goiás, 10,8%.
O secretário da Agricultura, Valter Bianchini, disse na
Agroleite que o governo estadual vai apoiar a entrada de novos
produtores no setor leiteiro por meio de linhas de crédito em
equivalência-milho, para financiar a compra de resfriadores de
leite, ensiladeiras e animais de raças mais produtivas.
De acordo com estudo do Departamento de Economia Rural (Deral),
atualmente o Paraná conta aproximadamente com 100 mil produtores
de leite e 377 laticínios com Inspeção Federal,
Inspeção Estadual e Municipal. No total, eles receberam,
em média, 150 milhões de litros mensais em 2006.
O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) deve intensificar
as pesquisas nas Propriedades de Referência da região dos
Campos Gerais, dando o suporte necessário para os planos de
expansão de laticínios e cooperativas. “Assim como
está acontecendo no Sudoeste, os planos de expansão devem
acontecer nas principais regiões produtoras”, afirmou.
No ano passado o Brasil exportou 89.052 toneladas de leite para o
mercado externo, uma elevação de 13,6% em
relação ao ano anterior. Em 2005, já havia
ocorrido um aumento de 6,5% nas exportações de leite em
relação a 2004. No primeiro semestre de 2007, a
comercialização de leite no mercado externo gerou uma
receita de US$ 93.710, um aumento de 9% sobre o mesmo período do
ano passado, quando a receita com as exportações de leite
atingiram US$ 85.935.
Em função dessa valorização, as
exportações de leite do Paraná estão
aceleradas. No primeiro semestre desse ano foram exportadas 2.079
toneladas de leite que gerou uma receita de US$ 6,04 milhões, um
aumento de 28% sobre o mesmo período de 2006, onde o valor
exportado foi de US$ 4,72 milhões.