O relatório de agosto do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indica redução do nível de umidade e previsão de chuvas ainda deficitárias na maior parte do Meio-Oeste norte-americano.
O preço da soja é 43% superior à média histórica dos últimos dez anos (US$ 13,23/saca). Mas as cotações estão muito voláteis. O USDA trabalha para a safra 2007/08 com preço médio internacional entre US$ 15,98/saca e US$ 18,18/saca). A tendência é de o mercado internacional continuar oscilando em consonância com as especulações sobre o clima.
O relatório de agosto do USDA, um mês fundamental no ciclo da soja, foi considerado positivo para o mercado, porquanto reduziu as projeções da produção, do consumo e dos estoques-finais mundiais na safra 2007/08.
Por sua vez os números projetados para a safra dos EUA, no entorno de 71,4 milhões de toneladas, os estoques ajustados (5,99 milhões de toneladas) mais os aspectos climáticos na atual fase de enchimento de grãos contribuíram para as oscilações observadas nas semanas subseqüentes na Bolsa de Chicago (CBOT).
No dia 13 de agosto, as cotações de soja voltaram a mostrar evolução, alcançando US$ 19,00/saca, correspondente ao dólar do dia ao valor de R$ 37,47/saca.
No mercado interno, a recuperação na Bolsa de Chicago somada à diminuição da oferta e a maior demanda interna concedeu maior sustentação aos preços. De acordo com o DERAL (SEAB) já foram comercializadas no Paraná 73% da produção estimada de soja (11,8 milhões de toneladas), ou seja, 8,6 milhões de toneladas até meados de agosto. Ainda conforme o DERAL, as vendas efetuadas remuneram o custo total de produção de R$ 27,50/saca, assim sendo, o produtor tem uma remuneração de R$ 0,50/saca, correspondente a 1,81%. O preço médio de venda até meados de agosto foi de R$ 28,00/saca.No mercado interno, a recuperação na Bolsa de Chicago somada à diminuição da oferta e a maior demanda interna concedeu maior sustentação aos preços. De acordo com o DERAL (SEAB) já foram comercializadas no Paraná 73% da produção estimada de soja (11,8 milhões de toneladas), ou seja, 8,6 milhões de toneladas até meados de agosto. Ainda conforme o DERAL, as vendas efetuadas remuneram o custo total de produção de R$ 27,50/saca, assim sendo, o produtor tem uma remuneração de R$ 0,50/saca, correspondente a 1,81%. O preço médio de venda até meados de agosto foi de R$ 28,00/saca.
Apesar do USDA ter revisado para cima as estimativas de
produção norte-americana de milho na safra 2007/08, em
331,47 milhões de toneladas, o cereal vem registrando alta na
Bolsa de Chicago.
Um fator que desperta atenção é que os Estados
Unidos plantaram mais milho do que em qualquer outra época desde
a Segunda Guerra Mundial. Ocorre que os americanos plantaram mais milho
do que a capacidade de armazenamento atualmente disponível, o
que constitui um problema. Conforme declarações de
técnico da Cooperativa West Central, de Ralston, no estado
americano de Iowa, desde 2004 há uma necessidade de
armazenamento em todo o setor.
Ademais, a queda de produção de milho na Europa, de
55 milhões de toneladas para 48 milhões de toneladas,
elevou as necessidades de importação para atender
às necessidades internas.
Já foram exportadas entre fevereiro e julho/07, no entorno de
3,75 milhões de toneladas de milho brasileiro. A meta
é exportar 8 milhões de toneladas, o que equivale a uma
exportação mensal entre agosto e janeiro/08, de 700 mil
toneladas/mês.
Por outro lado, para dar suporte aos preços internos, o Brasil teria que atingir embarques mensais de 900 mil toneladas.
De acordo com Safras & Mercado, já foram fechadas vendas de
milho brasileiro das safras atual e da nova para o mercado
europeu com preço de venda entre US$ 200,00/t a US$
203,00/t (correspondente entre R$ 22,50 a R$ 23,00/saca no Porto
de Paranaguá). O preço do milho brasileiro
tem sustentação na demanda européia. Este
fato tem elevado substancialmente a paridade de
exportação e se refletido nos preços internos. No
Paraná os preços giram entre R$ 16,50 a R$ 17,00/saca na
região Oeste e R$ 17,00/saca no Norte do Estado. A safra nova
já é comercializada no Oeste do Estado a R$ 17,00/saca
para março/08.
Cabe ressaltar que, caso a demanda pelo milho brasileiro venha a
diminuir a ponto de ocasionar uma redução significativa
do ágio pago pelos importadores, não é de todo
descartável a possibilidade dos preços internos
registrarem recuos.
O USDA reduziu as projeções de produção
mundial de trigo em 1,87 milhão de toneladas, passando de 610,4
milhões de toneladas, resultante dos problemas climáticos
observados na América do Norte e na Europa.
Assim, as estimativas de demanda subiram, principalmente haja vista a forte demanda européia.
Os estoques finais ficaram em 114,78 milhões de toneladas.
É importante ressaltar que as incertezas geradas pela crise
imobiliária nos Estados Unidos neutralizaram os dados do
relatório de agosto, com reflexos mais aparentes na soja e trigo
e alta no milho.
Gilda Bozza Borges Economista - DTE / FAEP