Festival gastronômico mostra
versatilidade da carne suína

O Mais de 30 pratos à base de carne suína foram servidos no restaurante-escola do Senac, em Curitiba, nos seis dias de Festival Gastronômico promovido pelo Senac, SENAR-PR e FAEP, de 30 de julho a 4 de agosto. Entre entradas e pratos quentes, os consumidores tiveram a oportunidade de experimentar desde receitas mais tradicionais como o leitão à pururuca a combinações mais requintadas como o pernil suíno com açaí ou lombo suíno ao molho de jabuticaba (confira encarte com receitas do Festival nesta edição).

As amigas Alba Negrello e Tânia Maas são freqüentadoras assíduas dos festivais gastronômicos promovidos pelo Senac. “Sempre viemos aos festivais. As receitas são originais e os pratos são saborosos e bem elaborados”, comenta Alba. Entre as receitas que mais chamaram sua atenção, o tradicional barreado, preparado somente com carne suína. Já sua parceira de mesa, elegeu um prato contemporâneo: bisteca com geléia de pimenta. Sobre a versatilidade do cardápio, Tânia define: “É o resgate da boa mesa”.

O relato das duas visitantes reflete a opinião de boa parte do público que freqüentou o restaurante-escola do Senac durante o Festival. A proximidade com o público facilita ao chef Lúcio Marcelo Cherestenzen ter um retorno interessante do evento: “Em geral, as pessoas, destacam algum diferencial encontrado nas receitas mais tradicionais e as novidades trazidas com os pratos contemporâneos”. Como restaurante-escola, a equipe de chefes se permite alguns experimentos e inovações, procurando agregar um ‘sotaque paranaense’ às receitas. “É o caso do lombo ao molho de café”, diz Cherestenzen: “A combinação de café, vinho do porto e licor resultou em um sabor agridoce que combina muito com a carne suína”.

Mesmo se assumindo como apreciadores da carne suína, os visitantes reconhecem que o consumo, em casa, é bem menor do que o de outros tipos de carne. “Acho muito saborosa, mas não como com freqüência”, diz Alba. O motivo apontado pela consumidora é o rótulo de vilão que acompanha o produto. E este é justamente um dos mitos que o Festival Gastronômico pretende derrubar. “A suinocultura moderna produz carne saudável, com ganhos de tecnologia e com até menos gordura que muitas carnes brancas preconizadas pelos médicos”, observou Ronei Volpi, superintendente do SENAR-PR, enfatizando o trabalho que vem sendo realizado a partir dos cursos de formação profissional para suinocultores, permitindo que a carne suína paranaense possa competir em igualdade de condições com outras carnes no mercado: “O festival é uma oportunidade de levar ao consumidor essa imagem de qualidade e de alimentação saudável que de fato é a carne suína”.

A Frimesa foi a fornecedora da carne para o Festival Gastronômico. A supervisora de marketing da empresa, Magali Maróstica, lembrou o grande potencial do mercado interno para o aumento de consumo de carne suína, “que é uma carne barata”, além dos cuidados que cercam todas as etapas de produção: “Um evento como este é de fundamental importância pelo apelo que tem junto aos formadores de opinião”.

Mesmo competindo em pé de igualdade com os países desenvolvidos no que diz respeito à sanidade e genética, a suinocultura paranaense atravessa uma fase difícil desencadeada com a divulgação de focos de febre aftosa no Paraná, que acarretaram o fechamento dos mercados internacionais também para a carne suína, acumulando sérios prejuízos para os produtores. A suinocultura paranaense gera cerca de 500 mil empregos diretos e indiretos. É explorada em 136 mil propriedades rurais que mantêm um plantel de 270 mil matrizes e 4,6 milhões de cabeças.

Para Darci Piana, presidente da Fecomércio, o objetivo de um evento como o Festival é amplo, longo e pode beneficiar toda a cadeia produtiva: “Movimenta o sistema econômico e comercial”. Vitor Monastier, diretor regional do Senac-Pr, complementa: “O Senac sempre apoiará iniciativas que contribuam para fomentar o consumo de produtos paranaenses. É o que se espera de nós. Resultados que possam ajudar a construir maior riqueza nas comunidades produtoras, fortalecendo o comércio paranaense.” Na avaliação do diretor-secretário da FAEP, Livaldo Gemin, a iniciativa é acima de tudo um exemplo a ser seguido: “Pode ser uma gota d’água, mas imaginem se a realização desse evento espalhar-se por parte dos 5.560 municípios brasileiros. Pode se transformar em uma onda capaz de influenciar o aumento de consumo, fator extremamente importante e desejável para os suinocultores, para suas representações de classe e para o comércio e a economia do estado”.