Carnes, complexo soja, açúcar e álcool foram os
principais responsáveis pelo crescimento de 25,3% das
exportações do agronegócio no primeiro semestre do
ano, quando atingiram a cifra de US$ 26,75 bilhões. Chama a
atenção, também, o crescimento das
exportações de milho, que já aumentaram 266% no
primeiro semestre, devendo alcançar US$ 1 bilhão, em
2007. “O ritmo de crescimento das exportações do
agronegócio, no semestre, superou inclusive a expansão
das exportações totais do Brasil”, afirmou
Antônio Donizeti Beraldo, assessor técnico da
Comissão Nacional de Comércio Exterior da
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
(CNA). Segundo ele, a participação das
exportações do agronegócio no total exportado pelo
Brasil aumentou de 35,0% para 36,5% no período.
A exportação do conjunto das carnes cresceu 38,8% no
semestre, como resultado do aumento de 26,2% no volume exportado e de
9,9% nos preços internacionais. O aumento mais expressivo
ocorreu no segmento da carne de frango, cujas exportações
cresceram 46,3%, totalizando US$ 2,13 bilhões no semestre. Este
desempenho seu deu tanto pela expansão de 24,1% no volume
exportado, como pelo aumento de 17,9% nos preços. Os aumentos de
31,4% nas exportações de carne bovina e de 32,3% nas de
carne suína também foram expressivos.
Para Donizeti, “as exportações de carnes
brasileiras deverão superar US$ 10 bilhões em 2007, como
resultado do crescimento da economia mundial e o conseqüente
aumento do consumo de proteínas animais”.
O complexo soja voltou a bater recordes nas exportações
devido à elevação em 17,2% dos preços no
primeiro semestre, ocasionada pela redução da safra
norte-americana em quase 12 milhões de toneladas, provocada pelo
aumento da área plantada de milho para a produção
de etanol. Cabe lembrar, também, que a safra brasileira
alcançou um volume recorde de 57,55 milhões de toneladas,
7,8% superior à safra anterior.
O Brasil também foi beneficiado pelo aumento do consumo interno
de milho nos Estados Unidos e a conseqüente redução
das suas exportações, que abriu espaço para o
milho brasileiro no mercado internacional.
Mas as exportações do complexo sucroalcooleiro
começaram a reduzir o ritmo frenético de crescimento
registrado desde 2006. Mesmo assim, aumentaram 20,9% no semestre, com
destaque para as exportações de álcool, que quase
dobraram no período. Segundo o assessor técnico da CNA,
“os dados comprovam as projeções da CNA de que o
setor sucroalcooleiro poderá se tornar, nos próximos
anos, um dos principais complexos exportadores do agronegócio,
devido principalmente ao crescimento do mercado mundial de
etanol”.