Justiça confirma silão do Porto de
Paranaguá para soja transgênica

A Justiça negou o pedido do governo paranaense para suspender a liminar que autorizou a operação com soja transgênica no silo público do Porto de Paranaguá, conhecido como silão. A presidente do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, desembargadora federal Silvia Goraieb, argumentou que não faz sentido manter o silão ocioso: “Se é justificável reservar o silo público exclusivamente para determinado tipo de produto, e assim garantir sua pureza e integridade, parece mais razoável destiná-lo àquele que apresentar mais demanda, realocando a soja de menor quantidade, ou seja, a orgânica, para os demais silos”.

    O governo queria vetar a soja transgênica no silo público, com capacidade para 107 mil toneladas, alegando a necessidade de preservar a pureza da soja convencional. Mas, segundo a desembargadora, as sojas convencional e transgênica não se misturam no Porto, e que, portanto, “resta descaracterizada a alegada lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas”.

    Os operadores portuários garantem que todos os armazéns do porto são capazes de armazenar vários tipos de produto sem misturá-los. “Historicamente o silão recebia 35% da soja do porto. Hoje, recebe apenas 5%”, queixou-se Airton Galinari, representante do Sindicato dos Operadores Portuários de Paranaguá (Sindop), ouvido pela Gazeta do Povo. Também citado pelo jornal, o representante do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Paraná (Sindapar) lembrou que a China comprou 46% da soja escoada por Paranaguá em 2006, toda ela transgênica.   

Boletim Informativo nº 967, semana de 30 de julho a 5 de agosto de 2007
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná
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