O cultivo de grãos geneticamente modificados nos Estados
Unidos continua sua trajetória de expansão em área
neste ano. O país introduziu essas variedades na agricultura em
1996 e segue como o maior produtor de transgênicos do mundo,
seguido por Brasil e Argentina. A informação é do
jornal Valor, citando dados do Departamento de Agricultura americano
(USDA).
Segundo o último relatório do USDA, a
área ocupada nos Estados Unidos por variedades
transgênicas de milho cresceu 12% no primeiro semestre, 4% no
algodão e 2% na soja. Segundo o Serviço Internacional
para Aquisição de Aplicações
Agrobiotencológicas (ISAAA, na sigla em inglês), os EUA
lideram o crescimento no mundo em área, tendo somado 4,8
milhões de hectares em 2006 (não há ainda dados
referentes a este ano).
A soja tolerante a herbicidas é, de longe, a
variedade transgênica mais significativa nos Estados Unidos -
já atinge 91% do total das plantações de soja do
país em comparação aos 54% registrados de 2000.
Já o algodão transgênico
representa 87% de todo o algodão plantado hoje nos EUA, contra
69% em 2001. Ele está dividido em duas categorias, a resistente
a insetos (Bt) e o tolerante a herbicidas. Segundo o USDA, a primeira
variedade equivale hoje a 17% do total de algodão
transgênico plantado no país contra 13% em 2001. Já
os tolerantes da herbicidas representam 28% dos transgênicos,
contra 32% há seis anos.
A área de milho transgênico, por sua
vez, mais que dobrou nesse período. Neste ano 73% de todas as
lavouras americanas do grão - os 27% restantes são milho
convencional. Em 2002, os transgênicos representavam 34% do
total. Segundo o USDA, a área com a variedade tolerante a
herbicidas subiu para 24% do total, contra 9% de 2002. E a resistente a
insetos (Bt) aumentou para 21%, contra 18% em 2000.
Os Estados Unidos não são apenas os
maiores produtores como exportadores de transgênicos do mundo.
Seus principais mercados são China e Europa, apesar da
resistência encontrada em alguns setores da sociedade. Pesquisas
recentes apontam que sete em cada dez europeus afirmam não
querer comer alimentos geneticamente modificados.
A resistência, no entanto, não impediu
o crescimento do setor. Segundo dados do ISAAA, a
plantação de culturas transgênicas no mundo
ultrapassou pela primeira vez a marca dos 100 milhões de
hectares no ano passado. A evolução entre 1996 e 2006 foi
equivalente a um “aumento sem precedentes de 60 vezes”, diz
o órgão, com sede em Nova York. Além disso, o
número de agricultores cultivando transgênicos
também superou os 10 milhões.
Existem hoje 16 variedades de alimentos aprovados no
mundo para plantio comercial, mas apenas oito são cultivados -
soja, milho, algodão, canola, alfafa, arroz, mamão papaya
e abóbora.