O primeiro módulo de uma formação que pretende
promover a cultura e o uso sustentável do bambu no
Paraná, aconteceu no Centro Paranaense de referência em
Agroecologia (CPRA), em Pinhais, entre os dias 4 e 7 de julho. O
arquiteto paraguaio e especialista na cultura de bambu Guilhermo Gayo
abordou aspectos da cultura do bambu, espécies regionais, tipos
de corte, tratamento e estocagem, além da
introdução à aplicação
prática do produto em móveis, paisagismo, cortinas
quebra-vento, estufas, túneis e moradias.
Essas foram algumas das informações
repassadas por Gayo a representantes de regiões de baixo
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e funcionários dos
17 colégios agrícolas do Estado que participaram do
evento e que, ao final do segundo módulo, agendando para a
segunda quinzena de novembro, poderão trabalhar como
multiplicadores dos novos conhecimentos nos entornos das escolas:
“Esse primeiro módulo tinha dois objetivos principais que
foram alcançados, que era repassar técnicas de cultivo e
tratamento do bambu e conseguir depertar o interesse pela cultura do
bambu”, observa o diretor do CPRA, Filipe Braga Farhat.
Um dos grandes atrativos da utilização
do bambu em estruturas rurais é a possibilidade de
redução de custos da plasticultura, técnica usada
para proteger a produção das intempéries do clima
e que, pelo alto custo, não é acessível à
boa parte dos produtores. Enquanto uma estufa fabricada de materiais
sintéticos para uma plantação de tamanho
médio chega a custar R$ 4 mil, a de bambu tem custo praticamente
zero.
O bambu é matéria-prima
disponível, fácil de ser cultivado na maioria das
regiões do Estado e pode ser utilizado em uma série de
benfeitorias em propriedades rurais como sistemas de
condução de água e tratamento de águas
residuais, além de outras aplicações mais
comuns.
O evento foi uma realização da
Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab) e Secretaria de Meio
Ambiente (Sema), patrocinado pelo Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural (SENAR-PR) e Federação dos
Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (FETAEP).
“A intenção do SENAR-PR com a
viabilização deste evento é buscar
informações que possam complementar a linha de cursos
nesta área, inclusive com a possibilidade de incluir
conteúdo de bioconstruções em alguns
módulos de agricultura orgânica”, explica Johnny
Fusinatto Franzon, técnico do Departamento de Aprendizagem Rural
(DAR) do
SENAR-PR.