De janeiro a maio de 2007, as exportações do agronegócio paranaense totalizam US$ 2,76 bilhões. Relativamente ao período de janeiro a maio de 2006, as exportações cresceram 31 % (US$ 2,1 bilhões). O Paraná recuperou a sua posição de terceiro estado maior exportador do agronegócio brasileiro, representando 12% deste total (US$ 22 bilhões). A participação do agronegócio estadual no total das exportações paranaenses é de 58%. As exportações totais somam US$ 4,54 bilhões e apontam uma evolução de 27% em relação ao mesmo período de 2006 (US$ 3,58 bilhões).
Nos cinco primeiros meses de 2007 o desempenho das exportações do complexo soja assinalam recuperação relativamente à igual período de 2006. As vendas externa do complexo totalizam US$ 948,9 milhões contra US$ 721,2 milhões (janeiro/maio 2006). Referidos valores refletem a retomada da comercialização externa, com um crescimento de 31,7%. Na análise por sub-setores do complexo, o setor de soja em grão gerou divisas de US$ 435 milhões e um volume exportado de 1,6 milhão de toneladas. O preço da soja tem suporte na alta combinada do trigo e do milho (valorização no mercado internacional), haja vista os estoques apertados de trigo e a forte influência que esses preços mantêm entre si (trigo, milho, soja) e ainda a diminuição da área plantada nos Estados Unidos cujo foco para safra 2007/2008 está centrado.
O preço médio de exportação foi de US$ 266,33/tonelada, cerca de 16% superiores àqueles praticados em 2006 (US$ 229,98/t). Os preços médios atuais da soja no mercado internacional de US$ 18,70/saca, são 41% superiores à média histórica dos últimos dez anos de US$ 13,23/saca. A média histórica de preços no Brasil é de US$ 10,70 a US$ 10,80/saca. No Paraná a média histórica dos últimos dez anos para a soja é de US$ 11,50/saca.
O grupo das carnes registra elevação de receita nos cinco primeiros meses de 2007 quando comparado ao mesmo período de 2006 (35%). As vendas externas foram de US$ 551 milhões contra US$ 411 milhões de igual período do ano anterior.
As exportações de carne de frango permanecem como “carro-chefe” do sistema agroindustrial de carnes e equivalem a quase 80% da receita do grupo das carnes. Este resultado permite inferir que a carne de frango vem se recuperando dos impactos causados pela ameaça de gripe aviária em outros países, o que acarretou retração. As divisas geradas foram de US$ 441 milhões contra US$ 338 milhões relativamente à igual período de 2006 (aumento de 30%).
As carnes de suínos mostram igualmente resultados positivos na análise do desempenho nos primeiros cinco meses de 2007. As exportações aumentaram 29%, passando de US$ 19,99 milhões (2006) para 25,84 milhões (2007), não obstante a revisão do embargo do mercado russo.
Com referência às carnes bovinas, as mesmas não lograram recuperar o desempenho de anos anteriores, haja vista que o comércio de carnes com o Paraná ainda não foi liberado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). A liberação de Área Livre de Febre Aftosa, deverá ocorrer após diagnóstico da Missão Científica da OIE (segundo semestre de 2007), o qual deverá ser apreciado na reunião da OIE somente em maio de 2008. As receitas decorrentes das vendas externas de carne bovina totalizam US$ 8,75 milhões.
Por outro lado, as exportações de carne de peru registram uma elevação de 81% em comparação ao mesmo período de 2006 e passaram de uma receita de US$ 34,8 milhões para US$ 63,1 milhões. O grupo de carnes de peru passa a ocupar a posição de segundo item maior exportador do complexo carnes.
As vendas externas de milho em grão foram favorecidas pela abertura de espaço no mercado internacional após a divulgação que os Estados Unidos deverão investir fortemente na produção de etanol a partir do milho e reduzir significativamente exportações de milho, abrindo janelas de mercado para o Brasil e a Argentina. No acumulado de janeiro/maio de 2007 foram exportadas 1,44 milhão de toneladas e geração de receita de US$ 217 milhão contra um volume exportado em igual período de 2006 (563 mil toneladas e receita de US$ 64 milhões) , apontando um crescimento de 237% nas vendas externas do cereal. A partir de outubro novo ciclo de alta no mercado internacional deu suporte às cotações de milho na Bolsa de Chicago.
O mercado do trigo sofreu um colapso por conta da perda da safra da Austrália (de 24 milhões de toneladas para 9 milhões de toneladas) e as quebras registradas nos Estados Unidos, Canadá e Argentina, concederam sustentação aos preços.
Os preços internacionais do trigo e do milho são os melhores desde 1996 e refletiram nos preços do farelo de soja e da soja em grão, A Lei Agrícola 2007 em aprovação; sinaliza tendência dos Estados Unidos plantarem mais milho para atender à demanda normal e a demanda adicional para produção de etanol (2007/2008).
No entendimento do mercado os Estados Unidos para resolver a demanda adicional de milho, têm necessidade entre 3 a 4 milhões de acres adicionais (provavelmente da área de soja) e caberá à América do Sul suprir a demanda de soja e ganhar fôlego com o aquecimento dos preços médios e inverter a curva descendente de preços.
A leitura que o mercado faz é de concorrência, ou seja, tendência de cada vez mais alimentos sejam canalizados para produção de energia (por exemplo: soja – biodiesel; milho-etanol). O preço médio de exportação no período foi de US$ 151.12/t, cerca de 32% superior ao preço médio de exportação de igual período de 2006.
O Sistema Agroindustrial de Produtos Florestais assume a posição de segundo maior exportador no ranking das exportações do agronegócio paranaense. No acumulado janeiro/maio de 2007 as receitas geradas foram de US$ 585,9 milhões. As vendas externas do sub-grupo de papel e celulose foram de US$ 144,7 milhões (uma evolução de 35% no período analisado).
O setor sucroalcooleiro, relativamente à igual período de 2006, mostra um crescimento de 206%. As vendas externas de açúcar e álcool saltaram de US$ 43 milhões para US$ 132 milhões. Já o volume exportado passou de 143 mil toneladas para 375 mil toneladas. O sub-setor de álcool gerou divisas de US$ 64,6 milhões, um acréscimo de 386% relativamente ao mesmo período de 2006 (US$ 13,3 milhões). O Paraná tem produtos diferenciados para exportação no setor sucroalcooleiro. O Paraná práticamente só produz e expoerta o açucar tipo VHP- very hight polarization - que será beneficiado e refinado nos países de destino. A diferença do açúcar VHP é que ele permite armazenagem e transporte a granel, propiciando redução dos custos de aarmazenagem e transporte. Em 2006, o Paraná exportou 1.516 mil toneladas de açucar, 8% do total brasileiro.
Com relação ao álcool, o Paraná exportaçãoo álcool beneficiado, para uso industrial como bebidas e industria farmacêutica e não só como combustível. Em 2006 o Paraná exportou 216 mil metros cúbicos equivalente a 8% do total brasileiro.
No acumulado janeiro/maio/2007 o complexo café e seus sub-produtos assinalam alta de 15% quando comparados com mesmo período de 2006. As vendas externas totais passaram de US$ 96 milhões para US$ 116,8 milhões. As vendas de café verde e torrado atingem US$ 38,4 milhões. Já as vendas de café solúvel somam US$ 69 milhões e as de extrato e essências somam US$ 9,5 milhões. As vendas de café solúvel representam 59% das vendas totais do complexo café.
Suco de Frutas
As vendas externas de suco de laranja mostram um crescimento de 274%, relativamente ao acumulado janeiro/maio de 2006. As divisas arrecadadas passaram de US$ 2,27 milhões para US$ 8,5 milhões.
Produtos Hortícolas, Leguminosas, Raízes e Tubérculos
A comercialização externa de produtos hortícolas mostra uma receita de US$ 9 milhões, configurando um aumento de 329% em relação ao mesmo período de 2006 (US$ 2,1 milhões).
Lácteos
As exportações de lácteos subiram 20%, passando de US$ 3,8 para US$ 4,7 milhões de dólares. A baixa oferta nos maiores países produtores bem como as condições climáticas adversas associadas ao aumento da demanda alavancaram o preço do leite em pó que atingiu US$ 5.000/tonelada.
SEGMENTO | PARTICIPAÇÃO | |
2007 | 2006 | |
COMPLEXO
SOJA PRODUTOS FLORESTAIS COMPLEXO CARNES COMPLEXO SUCRO-ALCOOLEIRO CAFÉ CEREAIS, FARINHAS E PREPARAÇÔES COUROS, PRODUTOS DE COURO E PELE SUCO DE FRUTA LÁCTEOS PRODUTOS HORTÍCOLAS OUTROS AGRONEGÓCIO OUTROS SETORES TOTAL |
21 13 12 3 2 0,12 1,5 0,18 0,10 0,20 7,91 61,0 39,0 100,0 |
20 16 11 1 3 0,05 1,2 0,06 0,10 0,06 6,7 59,2 40,8 100,0 |
Claudius Augustus Faggion Filho Gilda Bozza Borges
Estagiário Economista - DTE / FAEP