O Plano Safra da Agricultura Familiar 2007/2008 vai disponibilizar
R$ 12 bilhões nas diversas linhas de crédito para
custeio, investimento e comercialização do Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Serão R$ 2 bilhões a mais do que o programado na safra
2006/2007, ano agrícola que sobrou recursos na ordem de R$ 1,5
bilhão, fato inédito.
Veja as principais novidades:
1. Taxas de juros
- Na safra 2006/2007, os juros das linhas de crédito do Pronaf eram entre 1% e 7,25% ao ano.
- Na nova safra 2007/2008, os juros serão mais baixos, variando de 0,5% até 5,5% ao ano.
Grupo/modalidade | Juros safra 2006/07 | Juros safra 2007/08 | Índice de redução |
Grupo A investimento Grupo B investimento Grupo C custeio Grupo C investimento Grupo D custeio Grupo D investimento Grupo E custeio e investimento |
1,15% 1% 4% 3% 4% 3% 7,25% |
0,5% 0,5% 3% 2% 3% 2% 5,5% |
56% 50% 25% 33% 25% 33% 24% |
2. Limites de financiamento
Há alteração do teto de financiamento de custeio dos Grupos A/C, C e D do Pronaf.
Os aumentos dos limites de financiamento de custeio serão os seguintes:
Grupo A/C – de R$ 3.000,00 para R$ 3.500,00
Grupo C – de R$ 4.000,00 para R$ 5.000,00
Grupo D – de R$ 8.000,00 para R$ 10.000,00
No Grupo E, o teto permanece em R$ 28.000,00
3. Limites de renda
A renda bruta anual familiar de enquadramento no Pronaf teve mudanças em todos os grupos:
GRUPO | SAFRA 2006/2007 | SAFRA 2007/2008 |
B | até R$ 3.000,00 | Até R$ 4.000,00 |
C | R$ 16.000,00 | R$ 18.000,00 |
D | R$ 45.000,00 | R$ 50.000,00 |
E | R$ 80.000,00 | R$ 110.000,00 |
4. Serviços de assistência técnica
O governo destinou R$ 168 milhões para capacitar 20 mil
técnicos para atuar desde a divulgação do Plano
Safra até a organização de arranjos produtivos nos
estados e regiões.
5. Linha Pronaf ECO
As famílias agricultoras dos Grupos C, D ou E
do Pronaf poderão contar com recursos para investimentos
destinados à implantação ou
recuperação de tecnologias de energia renovável
(como o uso da energia solar, eólica, biomassa, miniusinas para
biocombustíveis) e a substituição da tecnologia de
combustível fóssil para renovável nos equipamentos
e máquinas agrícolas.
Também poderão ser financiadas
tecnologias ambientais (como estação de tratamento de
água, dejetos e efluentes, compostagem e reciclagem),
armazenamento hídrico (como o uso de cisternas, barragens,
barragens subterrâneas, caixas d’água e outras
estruturas de armazenamento e distribuição),
instalação e ligação de água ou
ainda pequenos aproveitamentos hidroenergéticos.
A nova linha permite o financiamento da
silvicultura, isto é, atividades florestais utilizadas para a
produção madeireira e não-madeireira. A linha
apresenta juros de 2% ao ano para famílias agricultoras dos
Grupos C e D e de 5,5% ao ano para as do Grupo E. O prazo de pagamento
pode chegar até oito anos, caso a atividade exija. Os limites de
financiamento irão variar conforme o grupo do Pronaf e os
recursos podem ser acessados de forma individual, coletiva ou em grupo.
6. Cadeias de combustíveis renováveis
O governo ampliou o apoio aos agricultores familiares que atuam no
setor de combustíveis renováveis. Serão mais de R$
10 milhões para essa finalidade. Os agricultores familiares
também poderão financiar o cultivo de
cana-de-açúcar para a produção de etanol.
7. Financiamento das atividades florestais
A linha do Pronaf Floresta passa a financiar – além dos
sistemas agroflorestais e do extrativismo ecologicamente
sustentável – o manejo florestal e o plano de manejo. Os
recursos do crédito da linha poderão ser aplicados em
projetos que prevêem a recomposição e
manutenção de áreas de preservação
permanente e reserva legal e a recuperação de
áreas degradadas.
8. Crédito para diversificação
As famílias agricultoras que contratarem financiamento de
custeio do Pronaf para duas ou mais atividades produtivas na mesma
safra poderão solicitar um valor adicional de recursos de 20%
para aplicação em outras atividades geradoras de renda.
Será possível, ainda, o financiamento de atividades que
geram renda e que não estão incluídas normalmente
entre as que recebem financiamentos do Pronaf. Os agricultores
poderão ampliar e diversificar as atividades, investindo em
artesanato, na produção de alimentos de consumo local, na
criação de pequenos animais, no cultivo de plantas
aromáticas e de uso medicinal. Além disso, as
famílias do Grupo E do Pronaf passarão a acessar a linha
Pronaf Agroecologia.
9. Inclusão digital
Sempre que o projeto técnico demonstrar a necessidade e ficar
comprovado o retorno financeiro e a capacidade de pagamento do
empreendimento financiado, as famílias agricultoras
poderão obter financiamento para a aquisição de
computadores e programas de informática.
10. Apoio aos produtores de leite cooperativados
As cooperativas centrais ou singulares que comprovarem ao agente
financeiro (mediante apresentação do balanço anual
do ano anterior ao pedido de financiamento) que pelo menos 51% das
receitas foram obtidas do processamento de leite e derivados, e
comprovarem que têm no mínimo 70% de seus participantes
ativos como famílias agricultoras enquadradas no Pronaf,
poderão acessar as linhas de crédito do Pronaf
Agroindústria e de Custeio das Agroindústrias Familiares.
11. Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar
O Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar
(PGPAF) vai ampliar o número de produtos atendidos, permitindo,
assim, que produtos regionais tenham uma maior
participação. O programa garante a cada família um
bônus sobre o saldo devedor do crédito do Pronaf no valor
de até R$ 3.500,00 por ano.
12. Programa de Aquisição de Alimentos
Contará com mais de R$ 550 milhões para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
13. Faixa etária do Pronaf Jovem
A faixa etária do Pronaf Jovem passa a se adequar ao que foi
adotado pelo conjunto das políticas de juventude do País.
Agora, no Pronaf, quem possui idade entre 16 e 29 anos poderá
acessar os financiamentos. Até a safra passada, a idade limite
era 25 anos.