O presidente da Associação
Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne
Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, disse que a saída
para a crise na suinocultura é melhorar o sistema de defesa
sanitária. Ele se reuniu com cerca de 120 produtores
independentes no Sindicato Rural de Castro (20/06) para discutir os
rumos da atividade. O evento foi promovido pelo sindicato em parceria
com a FAEP, e Senar/PR, Associação dos Suinocultores do
Sul do Paraná (Suinosul) e contou também com a
presença de diretores das cooperativas de Arapoti,
Carambeí e Castrolanda.
Camargo Neto diz que o país está
prestes a sair da crise, e que problemas como a redução
do consumo da carne e aumento do preço do produto são
mais fáceis de resolver. Ele destaca que os maiores importadores
de carne suína são o Japão e a Rússia; e o
Brasil vende carne suína para apenas 15% do mercado mundial -
sendo a Rússia seu maior comprador, havendo ainda 85% desse
mercado para ser explorado, basta apenas que o Brasil tenha sanidade de
primeiro mundo. “Não vendemos para o Japão que
é o primeiro importador, mas temos condições de
fazer isso, porque temos uma suinocultura de primeiro mundo “,
diz.
Para Camargo Neto, tanto para os
produtores integrados quanto para os independentes a
proporção da crise é igual. A diferença
é que, para os integrados, as empresas absorvem parcialmente o
prejuízo, enquanto que o produtor independente arca com tudo
sozinho.
Ele considera as perspectivas para a atividade promissoras e analisa
positivamente medidas como a inclusão da carne suína na
merenda escolar. O estabelecimento de uma política de
preço mínimo para o produto, afirma, não é
a melhor saída. “É uma solução em
caso de crise. O produtor não deve ficar atrelado a isso. O
grande desafio é aumentar o consumo interno e as
exportações”.
Quanto a um futuro para o produtor independente,
avalia que ele não pode ficar isolado, ou seja, precisa atuar de
maneira coletiva, em forma de cooperativa ou associações,
negociando contratos em conjunto.
Para o presidente do Núcleo Sindical Rural
dos Campos Gerais, Eduardo Medeiros Gomes, o evento surpreendeu pelo
número de participantes, mostrando que o tema é
importante não apenas pela crise pela qual o setor passa, mas
também pela discussão sobre que medidas tomar para inovar
e continuar se mantendo como produtor independente. Como resultado do
encontro, deverão ser tomadas medidas pelos próprios
produtores e entidades na área de sanidade suína.