Elaborar um planejamento estratégico de acordo com as
necessidades de cada sindicato rural. Este é o próximo
desafio a ser encarado pelo grupo de 43 dirigentes sindicais que
participou nos dias 18 e 19 de maio do terceiro e último
módulo do treinamento para o desenvolvimento de
lideranças rurais em Curitiba.
O evento é parte de um programa ainda mais
abrangente que conta com a parceria entre a Federação da
Agricultura do estado do Paraná (FAEP), Serviço Nacional
de Aprendizagem Rural (SENAR-PR) E Serviço Brasileiro de Apoio
às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-PR) e tem como meta o
fortalecimento do sistema sindical rural patronal no Paraná.
O Programa de Desenvolvimento Sindical compreende
três etapas: diagnóstico dos sindicatos (realizado por
técnicos das entidades parceiras), treinamento em
liderança para diretores e presidentes de sindicatos rurais e
elaboração de planejamento estratégico. Os grupos
de dirigentes sindicais das regiões Oeste e Entre Rios foram os
primeiros a concluir esta etapa e, a partir de agora, no retorno aos
sindicatos, passam a trabalhar no planejamento estratégico,
tarefa que deve ser finalizada ainda no primeiro semestre deste ano.
A programação do último
módulo do treinamento tratou da dimensão do ambiente
político, econômico e social onde o líder
está inserido e encerrou propondo aos participantes uma
auto-avaliação - a análise do líder por ele
mesmo, a representatividade do sindicato rural em sua região de
ação e seu papel como líder nesse processo.
O secretário de Planejamento de Curitiba e
ex-secretário estadual da Agricultura, Antonio Leonel Poloni,
conversou com os participantes na sexta-feira, 18. Além do
testemunho de sua trajetória política, que teve
início no município de Barracão, sudoeste do
estado, como líder de entidade de classe, Poloni guiou os
participantes em um exercício de valoração das
ações e influência dos sindicatos rurais em suas
bases. “O sindicato que vocês dirigem tem o tamanho e peso
do setor agropecuário do município?”, questionou
Poloni.
A palestra abordou diversos aspectos diretamente
relacionados à elaboração de um planejamento
estratégico, como a definição da missão do
sindicato, visão de futuro e ações. “A
estabilidade do sindicato é sua competência. O produtor
tem que sentir o sindicato rural como a instituição que o
representa”, analisou Poloni e completou se referindo aos
presentes: “Se você é líder nesse processo
tem que perceber que o ganho de qualquer ação do
sindicato deve ser coletivo, não pode ser só seu”.
Para Mario Toscano Filho, presidente do Sindicato Rural de Tuneiras do
Oeste, o Programa é mais do que oportuno e prepara os
líderes para entrar em uma nova fase da liderança
sindical: “É uma antecipação que a
federação está fazendo em relação a
mudanças que poderão acontecer com a reforma
sindical”. Toscano defende uma participação mais
efetiva de diretores e associados nas ações e
decisões dos sindicatos. Opinião compartilhada por Ivonir
Lodi, presidente do Sindicato Rural de Medianeira, que planeja propor
uma série de questionamentos à equipe de trabalho em seu
retorno ao sindicato: “Saio daqui esperançoso, otimista em
relação ao futuro e mais preparado para enfrentar
qualquer adversidade.
O Sindicato Rural de Goioerê foi dos que
aderiram ao Programa com o maior número de representantes: cinco
integrantes da diretoria. João Roberto Coelho,
diretor-secretário, conta que após longo período
inoperante, o sindicato voltou à ativa no ano passado e a
diretoria que assumiu sempre teve interesse em se aperfeiçoar:
“Os integrantes retornam com bagagem e conhecimento
técnico. Após o treinamento, vamos aglutinar
idéias e pôr no papel”. Na visão de futuro de
Coelho, essas ações da FAEP e sindicato terão
forte influência nos produtores: “Vejo o sindicato
também como uma fonte de propagação de
profissionalismo e novas idéias”.
Nelson Paludo, presidente do Sindicato Rural de
Toledo, destaca o aspecto da segurança adquirida após o
treinamento: “Sabemos da necessidade de algumas mudanças,
mas muitas vezes ficamos tímidos para agir. O Programa deixa
mais clara a função do sindicato rural e nos dá
maior segurança na tomada de decisões”. Na
avaliação de Laurindo Tasca, presidente do Sindicato
Rural de Céu Azul, o Programa representa um grande avanço
para o sistema sindical: “Conhecendo melhor a realidade,
entenderemos melhor as dificuldades do setor e como superá-las.
Com criatividade, coletivamente, procurando agregar idéias
novas”. Muitos participantes destacam que a influência do
treinamento ultrapassa a esfera profissional: “É excelente
para o crescimento pessoal. Com o que se capta aqui, passamos a nos
avaliar não só como empresários e líderes,
mas também como pessoa”.