Produtores rurais manifestam-se
contrários ao "Selo Qualidade Paraná"

Representantes do setor agropecuário do estado temem que o "Selo Qualidade Paraná" traga prejuízos ao agronegócio paranaense. A situação foi apresentada pelo deputado estadual, Douglas Fabrício, na Assembléia Legislativa no dia 25 de abril. Na ocasião, ele discursou sobre o projeto de lei que pretende criar o referido selo para todos os produtos de origem vegetal e florestal do Paraná, exportados pelo Porto de Paranaguá.

Em seu discurso, Fabrício lembrou que ele e o deputado Nelson Justus se reuniram com representantes da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Paranaguá (Aciap) e dos operadores portuários. "Eles nos explicaram que o projeto de lei vai permitir que a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina obrigue que todos os produtores paranaenses exportados por Paranaguá sejam certificados com o Selo Qualidade Paraná", disse.

Na sua crítica à iniciativa do governo do estado, o deputado ressaltou que a Organização Não-governamental (ONG) Gênisis, de Londrina, é que fará a inspeção dos produtos. "O problema é que a Gênisis é desconhecida pelos compradores no exterior e, até mesmo, pelos exportadores paranaenses. E o pior é que ela vai cobrar R$ 1,03 por tonelada inspecionada", afirmou.

De acordo com Fabrício, a ONG faturará R$ 80 milhões em quatro anos, já que são exportadas aproximadamente 20 milhões de toneladas por ano pelo Porto de Paranaguá. "Este serviço, absolutamente desnecessário, vai retirar R$ 80 milhões dos agricultores até o final do governo Requião. Isto é inaceitável e espero que os deputados estejam atentos a isso", disse.

Extorsão - O deputado ainda informou que, para os representantes dos produtores e das cooperativas, o projeto de lei é uma espécie de extorsão contra os agricultores. "Eles nos explicaram que há quatro empresas instaladas em Paranaguá que têm reconhecimento internacional e são contratadas sempre que o importador quer se certificar sobre a qualidade do produto paranaense", comentou. Para Fabrício, essas empresas são respeitadas e têm respaldo internacional.

"As restantes, inclusive a Claspar, sequer são conhecidas e seus selos ou inspeções não servem para absolutamente nada. A não ser para empobrecer nossos produtores e onerar ainda mais nossa produção", criticou.


Boletim Informativo nº 955, semana 7 a 13 de maio de 2007
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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