Alta de fertilizantes afeta
custo de produção no campo

O mês de março registrou um aumento, em dólar, na matéria-prima de alguns insumos da agropecuária como nitrogênio e cloreto de potássio que já é sentido pelos produtores. Produtos finais, a exemplo do formulado 0-20-20 composto por nitrogênio, fósforo e potássio, que em fevereiro de 2007 custava entre R$ 550 e R$ 580 a tonelada, está sendo comercializado entre R$ 770 e 800/t, registrando aumentos de até 38%. A uréia, que em agosto do ano passado era comercializada a R$ 816/t, hoje tem seu preço majorado em 12%, sendo vendida a R$ 915. Como no caso da soja, os fertilizantes representam aproximadamente 10% dos custos operacionais e no milho esta participação relativa sobe para 20%, o impacto do aumento destes insumos pode elevar os custos de produção em até 10%.

A cultura do trigo, que iniciou o plantio em março, será a mais rapidamente afetada por estes reajustes, pois a compra dos fertilizantes ocorreu justamente no período da elevação dos preços e das incertezas do mercado. A solução para alguns produtores foi apostar na queda dos preços futuros, negociando pagamentos na safra, em período de colheita. Outros ainda preferiram comprar nos valores atuais, pagando à vista ou "jogando" parcelas para os próximos meses, tentando escapar de novos aumentos.

O mercado continua instável e as tabelas de preços de alguns fornecedores chega a mudar semanalmente, mas ao que tudo indica, pelos problemas de fornecimento enfrentados pela Rússia, o aumento de demanda dos EUA (pelo aumento da área de plantio de milho) e o aumento dos custos do frete marítimo, estes valores não apresentam tendência de queda imediata, acomodando-se nestes novos patamares e atingindo, possivelmente, as futuras safras de verão.


Boletim Informativo nº 953, semana 23 a 29 de abril de 2007
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

VOLTAR